Os resultados do Barómetro “Gerações em Movimento – Preparar o Futuro”, uma pesquisa quantitativa e intergeracional realizada pelo Grupo Ageas Portugal em colaboração com a Ipsos Apeme, oferecem uma visão da sociedade portuguesa, destacando as aspirações, temores e comportamentos que moldam os estilos de vida de cada geração, desde a busca por equilíbrio até as preocupações com a saúde e o futuro.
A busca por equilíbrio entre vida pessoal e profissional é um desafio comum, mas as gerações mais jovens – Z e Millennials – demonstram uma valorização ainda maior (19% e 21%, respetivamente), sem que isso diminua a sua ambição. A Geração Z, em particular, desafia estereótipos ao identificar a ascensão profissional (26%) e a melhoria no emprego (21%) como metas de vida, além de objetivos financeiros como ganhar (47%) e economizar mais (44%).
Por outro lado, as gerações anteriores parecem já ter encontrado seu ritmo: metade dos Baby Boomers prioriza uma vida simples e não material, um sentimento que aumenta com a idade (38% entre Millennials e 43% entre a Geração X). Os Boomers também expressam o desejo de ter mais tempo para hobbies (18%), atividades culturais (18%) ou voluntariado (12%) como objetivos de vida.
A preocupação com a aparência física é mais marcante na Geração Z (11%) e diminui com a idade, mas o interesse em cuidar de si e sentir-se bem é constante, com todas as gerações avaliando esse aspecto entre 7,2 e 7,5 (em uma escala de 1 a 10).
Viajar surge como um dos principais objetivos de vida para todas as gerações, liderado pelos Boomers (50%), seguidos de perto por Z e X (42%) e Millennials (37%). O temor de não viver experiências suficientes é um apreço comum, independentemente da idade. A prática de mais exercício físico é um objetivo compartilhado, com diferenças mínimas entre as gerações (Millennials 39%, Boomers 37%, Z e X 33%).
A saúde é uma preocupação central, mas com nuances que variam entre gerações. Para os Baby Boomers, a saúde futura (49%) é uma preocupação maior do que a atual (16%). A Geração Z, embora menos preocupada com a saúde no presente (8%), vê esse número quadruplicar quando pensa no futuro (24%). Além disso, a saúde dos outros é igualmente importante: para Millennials e Z, a saúde dos pais ou avós é uma preocupação maior do que a própria, tanto no presente como no futuro.
Ao olhar para o futuro, a saúde mental ganha importância. O temor de ficar sozinho é compartilhado (11% entre Millennials, 16% na Geração Z), com alguns expressando receio de não ter ninguém ou perder amizades. A Geração Z manifesta preocupação com a depressão (18%), enquanto os Baby Boomers temem a perda das faculdades mentais (24%) e antecipam a perda de autonomia.
Quanto à percepção de uma boa vida, os Baby Boomers sobressaem ao sentirem que possuem tudo o que precisam (41%) e 55% dos aposentados afirmam não ter perdido poder de compra, desafiando percepções comuns. A preocupação de ser um fardo para os filhos é uma preocupação específica dos Boomers, que desejam condições financeiras para não terem que depender dos filhos.
O Barómetro ‘Gerações em Movimento – Preparar o Futuro’ baseou-se na premissa de que o envelhecimento vai além do fenômeno demográfico, constituindo um processo com impacto social, econômico e cultural.
Realizada entre 3 de Setembro e 6 de Outubro, a pesquisa contemplou uma amostra representativa da população portuguesa, com idades entre 25 e 80 anos (com quotas por geração, gênero e região) e explorou dimensões como património, finanças, consumo, estilos de vida e saúde.
O foco aprofundado centrou-se em questões financeiras, tais como literacia, perfis e motivações de poupança/investimento, tolerância ao risco, confiança em instituições e canais, relação com seguros e planejamento da reforma, com o intuito de identificar barreiras e compreender a influência desses fatores nas decisões econômicas do dia a dia.
