O terceiro livro do padre António Gonçalves, intitulado “Saudade”, foi apresentado este sábado, 15 de novembro, no Salão Paroquial de Gandarela, perante uma sala cheia de amigos e familiares. A cerimónia foi particularmente emotiva e orientada pelo espírito do próprio livro, procurando, nas palavras apresentadas, “sentir com verdade e emoção” aqueles que já partiram mas continuam presentes na vida do autor e dos participantes.
Durante a sessão, o autor afirmou que “este livro ‘Saudade’ tem uma história, saudade significa sentimento, sem sentimento não se governa o mundo, a razão não chega”. Defendeu também que “é urgente sermos pessoas de emoções, de sentimentos, seres empáticos”. O padre sublinhou diferentes dimensões simbólicas do título ao afirmar que “saudade significa saúde, Deus dá-nos saúde. Depois também temos esta saudade de servo. O padre tem que ser um servo. Quem não serve para servir, não serve para nada”.
António Gonçalves acrescentou que “incomoda-me muito que me digam que eu trabalho muito. Eu trabalho o que Deus me pede e a consciência me manda, enquanto tiver forças e capacidades físicas, mentais e espirituais não tenciono parar. Gosto de trabalhar, é a minha paixão, é uma vocação, é serviço estar ao serviço dos outros”. O autor referiu ainda que “depois, saudade remete também para alegria, temos de ser alegres. Eu às vezes gostava de perguntar se havia a possibilidade de criar o mercado dos sorrisos, nós precisamos de sorrir para as pessoas, ser alegres, como uma missão, ou obrigação, porque é certo que um sorriso pode mudar a vida de quem o recebe”.
O padre destacou também valores sociais, afirmando: “Depois, a amizade, a entrega, a humildade. Nós precisamos de ser humildes uns com os outros, de ser diferentes no temperamento, na forma como vemos a vida, mas unidos, sem união não há nada na vida. O povo de Deus unido, nunca será vencido. Depois a saudade traz-nos a dádiva, dar-nos aos outros”.
A obra surge na continuidade do seu percurso literário, como explicou ao afirmar que “o título deste meu livro de poesia ‘Saudade’ vem na sequência de dois anteriores ‘Gratidão’ e ‘Obrigado, ISABEL’. A poesia depende muito do estado da alma de quem a escreve. Mas a obra nunca viria para as mãos do leitor se não houvesse um conjunto de amigos que colaborasse”, reconhecendo aqueles que diariamente “dizem presente” e tornam possíveis esta obra e muitas outras “obras” ao longo da sua vida.
O Presidente da Câmara Municipal de Celorico de Basto, José Peixoto Lima, marcou presença na apresentação e elogiou o contributo do sacerdote para o concelho, afirmando que, “enquanto presidente da Câmara Municipal de Celorico de Basto, só posso estar eternamente reconhecido pela obra e vida dedicada a esta comunidade”. Recordou ainda que “desde o primeiro dia em que chegou a Celorico de Basto todos nós percebemos que o Senhor Padre António é uma pessoa de fazer, não pode estar parado, está sempre a pensar em algo que possa ajudar não só as pessoas, mas também as instituições, algumas das quais ajudou a criar e continua a trabalhar para que cresçam e prosperem pelo bem da nossa comunidade”.
O autarca referiu ainda que “ele não se dedica só em fazer a obra, pensa em executá-la com os recursos disponíveis, sem esmorecer, sem baixar os braços nas dificuldades. Hoje, conta com um património bem visível, obras que beneficiam tantos e que transformam o território num lugar mais feliz para todos. E é um prazer enorme para esta terra ver que continua de alma e coração a transformar a nossa terra, muito obrigada por tudo”.
A apresentação coincidiu com o aniversário do autor, proporcionando uma celebração dupla, marcada por felicitações de todos os presentes pelo aniversário e pela nova obra, descrita como “marcante pela devoção, emoção e dedicação a tantos”.
