A Ordem dos Médicos (OM) propôs a criação de condições excepcionais para incentivar o retorno de médicos emigrados ao Serviço Nacional de Saúde, sugerindo a elaboração de um guia do retorno, incentivos e canais de comunicação direta para facilitar seu regresso.
Essa proposta faz parte de um conjunto de 20 medidas, organizadas em cinco eixos estratégicos, que já foram apresentadas ao parlamento para atrair médicos para o SNS, conforme informou o bastonário da OM, Carlos Cortes. “Anualmente, em média, entre 800 e 900 médicos emigram. Há milhares de médicos fora do país e tenho plena consciência de que muitos desejam retornar ao Serviço Nacional de Saúde”, destacou.
Para atrair esses profissionais, o bastonário sugeriu um plano de ação colaborativo entre a OM, os ministérios da Saúde e dos Negócios Estrangeiros, além das embaixadas. Carlos Cortes detalhou que o plano envolve identificar médicos emigrados e os países onde trabalham, bem como a criação de canais permanentes de comunicação para que esses profissionais fiquem informados sobre as necessidades de recrutamento e as vagas disponíveis no SNS, especialmente nas áreas com maior escassez de médicos. “O objetivo é que os médicos conheçam essas medidas e possam aproveitá-las, algo que ainda não está sendo feito”, enfatizou.
A OM ainda sugere a criação de um “guia do retorno”, um documento que reúna todas as informações necessárias, incluindo as regras e procedimentos que os médicos devem seguir ao desejarem voltar ao SNS. “Pela experiência e pelos relatos de vários colegas que estão no exterior, a volta a Portugal é complicada. Regressar ao Serviço Nacional de Saúde é um desafio e isso não deveria ser assim”, lamentou.
Para o bastonário, não se pode perder a oportunidade de trazer de volta ao SNS muitos dos médicos emigrados que desejam retornar a Portugal, e é fundamental criar “condições excepcionais” e incentivos que possibilitem “o retorno conforme seus desejos”.
