Desde janeiro, 338 mil mulheres abandonaram a força de trabalho nos EUA, em contraste com a saída de 183.000 homens, de acordo com dados do Bureau of Labor Statistics. Essa situação tem gerado preocupação entre especialistas, trabalhadoras e líderes, conforme destaca a Korn Ferry.

Questões sistêmicas, como salários mais baixos e altos custos com creches, podem intensificar esses números. “Como aquelas que normalmente ganham menos, as mulheres tendem a deixar seus empregos para assumir a responsabilidade pelos cuidados dos filhos”, afirma Alina Polonskaia, sócia sênior da área de Sucessão de CEO e Liderança Empresarial da Korn Ferry.

No entanto, a especialista ressalta que mudanças específicas na cultura do ambiente de trabalho — como a obrigatoriedade de retorno ao escritório e a eliminação de postos de trabalho devido à inteligência artificial — estão impactando desproporcionalmente as mulheres, favorecendo os homens.

As estatísticas indicam que mais homens retornarão ao escritório em comparação com as mulheres e, para complicar a situação, o estilo de liderança autoritário e de controle rígido está novamente prevalecendo no mundo corporativo, explica Polonskaia.

A tendência reflete uma desaceleração nos avanços das mulheres nos últimos anos. Desde 2023, a porcentagem de mulheres recém-nomeadas para cargos de direção tem apresentado queda. No ano passado, apenas 11 das 64 novas nomeações de CEOs em empresas do S&P 500 foram para mulheres. Outros dados revelam que as promoções estão sendo concedidas a uma taxa de 85 mulheres para cada 100 homens.

Como consequência, um número crescente de mulheres está buscando alternativas de rendimentos fora do ambiente corporativo, afirma Kim Waller, sócia sênior da área de Estratégia Organizacional da Korn Ferry. Desde a pandemia, por exemplo, quase 50% dos novos negócios nos EUA foram criados por mulheres. “As mulheres estão deixando os cargos corporativos tradicionais e aplicando seu talento de outras maneiras”, complementa Waller.

Flo Falayi, sócia sênior da área de Liderança e Desenvolvimento Executivo da Korn Ferry, percebe uma correlação entre a cultura da empresa e o êxodo das mulheres da força de trabalho. Ela acredita que as exigências de retorno ao escritório e a diminuição da flexibilidade são sinais de que as mulheres não estão recebendo o apoio necessário por parte das empresas e líderes, enfatizando a necessidade de reformulação dessa estratégia.

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