A expressão “Inteligência Artificial” e as siglas que a representam – “IA” em português, e “AI” (Artificial Intelligence) em inglês – têm proliferado no discurso quotidiano. Vemo-la ser utilizada para falar de vários produtos e serviços que utilizamos no dia a dia, embora nem sempre seja claro o que ela faz.

Na verdade, a Inteligência Artificial abrange muita coisa, e nem sequer é propriamente uma novidade. No entanto, os avanços tecnológicos mais recentes têm permitido acelerar a introdução da IA em várias áreas, e os departamentos de marketing por esse mundo fora têm utilizado esse argumento de venda de forma agressiva.

A face mais visível destes avanços tecnológicos é a das plataformas de Large Language Models (LLMs – Modelos de Linguagem em Grande Escala, em português) como o ChatGPT e o Gemini, que se caracterizam por aprenderem e adaptarem-se, sendo capazes de produzir texto – e materiais audiovisuais como vídeos e imagens – tal como um humano é capaz.

Mas a IA não se esgota no ChatGPT! Outras aplicações – e algumas serão certamente familiares – incluem assistentes virtuais como a Siri e a Alexa; o reconhecimento facial que é utilizado para, por exemplo, desbloquear telemóveis; carros que se conduzem sozinhos; entre outros.

Com a aceleração dos LLMs e outros tipos de IA como Machine Learning, áreas desde a saúde ao retalho alimentar têm tentado aproveitar o potencial que as mais recentes inovações tecnológicas têm para oferecer.

Uma das áreas que têm introduzido IA nos seus serviços de forma mais entusiasta é a indústria iGaming – casinos e casas de apostas. Isto não constitui novidade para quem conhece as casas de apostas em Portugal, visto que as plataformas de jogos de fortuna e azar são aquilo a que se chama “early adopters”, ou seja, são geralmente das primeiras indústrias a adotar as mais recentes tecnologias disponíveis.

Nestes sites, a inteligência artificial tem sido aplicada em diferentes vertentes, a começar pela segurança. Já há alguns anos que estas plataformas utilizam algoritmos para ajudar a detetar fraudes ou situações de risco potencial. Com os modelos de IA generativa, o processo torna-se mais rápido, mais completo, e ajuda até a prever novos cenários e a desenhar uma resposta a novos riscos que possam surgir.

Além disso, a própria experiência do jogador tem vindo a ser cada vez mais personalizada, com a IA a poder adaptar o nível de dificuldade de um jogo ao nível do jogador, bem como a conhecer melhor o perfil de cada utilizador de forma a apresentar-lhe recomendações do que jogar a seguir de forma muito mais segmentada – e mais certeira.

Esta última funcionalidade é bastante utilizada em várias áreas, nomeadamente nas plataformas de streaming de vídeo e áudio, como a Netflix e o Spotify, por exemplo, para aprenderem os gostos de cada utilizador para depois dar sugestões com uma maior taxa de sucesso.

Não há grandes dúvidas de que a Inteligência Artificial veio para ficar, mas o debate em torno dos seus limites, ou se devemos ou não legislar para impor limites à sua utilização, tem animado conversas, desde o Reddit (um popular fórum de discussão online) até aos corredores do poder em Bruxelas e Washington.

Na Albânia, o governo do país levou o debate mais longe ao nomear uma ministra que é uma IA. Entenda: não é uma pessoa para liderar um ministério que se debruce sobre as questões IA, é mesmo uma Inteligência Artificial que tem um cargo ministerial.

A ministra chama-se Diella (que significa “sol”, na língua albanesa) e foi criada com o objetivo de acabar com a corrupção. Segundo o primeiro-ministro albanês, Edi Rama, a ministra vai tomar decisões sobre grandes contratos públicos, de forma a eliminar qualquer tipo de influência na atribuição de fundos públicos.

Embora o anúncio tenha sido mais simbólico do que institucional, visto que a constituição do país especifica que os membros do governo têm que ser cidadãos albaneses maiores de 18 anos, a verdade é que a ministra já está em funções, e até está “grávida”!

Desta “gravidez” vão resultar 83 “filhos” que serão assistentes parlamentares, que terão como função participar nas sessões, tirar notas, e aconselhar os membros sobre o que é debatido.

Agenda Nacional de Inteligência Artifical na calha

Portugal não quer perder a corrida da IA, e até está a ser desenvolvido um LLM em português, o AMÁLIA (que é o acrónimo de Assistente Multimodal Automático de Linguagem com Inteligência Artificial). Este ChatGPT português foi anunciado na abertura da Web Summit de 2024 e deverá estar disponível para o público em 2026.

A iniciativa pública no campo da IA não se vai ficar por aqui, e o governo até está a trabalhar na Agenda Nacional de Inteligência Artifical, cuja apresentação já foi adiada mas que deverá ser apresentada ainda este ano.

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