No seu comentário à LXI edição do Barómetro Human Resources, Nuno Troni, Business director de Search & Selection da Gi Group Holding Portugal, considera que «Portugal pode inspirar-se no modelo nórdico de “flexicurity” – flexibilidade com segurança – para criar um ecossistema laboral dinâmico e resiliente».

«A recente reforma laboral apresenta uma oportunidade única para tornarmos a nossa legislação e, por conseguinte, a nossa economia mais produtiva. Ao focar na performance e na produtividade, Portugal pode aproveitar o exemplo nórdico de “flexicurity” para desenvolver um ambiente de trabalho mais dinâmico e resiliente.

As várias medidas destinadas a simplificar e otimizar os processos de despedimento por motivos objetivos, com compensações reduzidas face a reformas anteriores, são um passo na direção certa. Em Portugal, onde a produtividade estagna há anos, esta reforma pode priorizar a performance ao incentivar contratos mais flexíveis, como os de duração determinada, com menos burocracia, e colocar a avaliação por resultados no centro da equação, em vez de se basear apenas na antiguidade e no custo de saída.

Esta abordagem mais liberal não desconsidera a vulnerabilidade dos trabalhadores. É necessário reforçar a rede de segurança social, inspirada no conceito de “flexicurity”: investir em formação contínua para a reconversão profissional, especialmente em setores como a tecnologia e as energias renováveis, e garantir benefícios de desemprego condicionados a esforços de reinserção ativa, protegendo assim os trabalhadores sem comprometer o dinamismo económico.

A implementação de bonificações baseadas na performance pode estimular os trabalhadores, alinhando os interesses individuais com o sucesso coletivo das empresas. Esta estratégia não apenas aumenta a motivação, mas também reduz o absentismo – um problema que a reforma aborda ao permitir despedimentos por abusos relacionados com baixas médicas.

A reforma deve ser encarada como uma oportunidade, não como uma ameaça. Portugal tem a possibilidade de transformar o seu mercado laboral num motor de crescimento, equilibrando flexibilidade para as empresas com uma proteção robusta para os trabalhadores. A produtividade é fundamental, não um luxo; é essencial para salários mais elevados e uma economia resiliente.»

Este testemunho foi publicado na edição de Outubro (nº. 178) da Human Resources, no contexto do seu LXIBarómetro.

Disponível nas bancas e online, naversão em papel e naversão digital.

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