Estudo da Harvard Business Review aponta que o uso excessivo da inteligência artificial aumenta o trabalho demandado e retarda resultados.
Uma pesquisa conduzida pelo Stanford Social Media Lab em parceria com o BetterUp Labs, divulgada pela Harvard Business Review, revela que o impacto real da utilização de ferramentas de IA generativa na produtividade das empresas ainda está aquém das expectativas, segundo informações do Época Negócios.
De acordo com a análise, o problema está na maneira como a IA tem sido empregada, gerando o chamado “workslop”. Esse termo refere-se à produção de conteúdos gerados por IA – como relatórios técnicos, apresentações e resumos – que, embora aparentem ser profissionais e sofisticados, costumam ser imprecisos, incompletos ou irrelevantes.
Como resultado, é necessário que o trabalho seja revisado, corrigido ou até refeito por outros, o que prejudica o fluxo e diminui a confiança entre as equipes.
A pesquisa indica que esse tipo de conteúdo representa, em média, 15,4% do que é recebido pelos profissionais, e 40% dos entrevistados afirmaram ter recebido algum tipo de workslop no mês anterior. Os setores de tecnologia e serviços profissionais são os mais impactados.
Além do desgaste operacional, o workslop tem consequências mais amplas. Cada conteúdo mal elaborado requer, em média, duas horas adicionais de trabalho, o que compromete diretamente a promessa de eficiência associada à adoção da IA.
Segundo os autores do estudo, a origem do problema reside na falta de diretrizes claras e no excesso de entusiasmo com a automação. Muitas empresas incentivam o uso de IA sem estabelecer critérios mínimos de qualidade ou contexto.
Para combater esse problema, o estudo sugere que as lideranças adotem um papel mais ativo na definição de boas práticas para a utilização da IA. Isso inclui estabelecer normas claras, oferecer treinamento e, principalmente, estimular uma mentalidade experimentalista, onde o uso das ferramentas seja feito de forma intencional e colaborativa.
A proposta é que a IA seja vista como uma aliada estratégica, capaz de ampliar e não substituir o raciocínio humano. Segundo a pesquisa, a chave está em combinar o uso da tecnologia com orientação, senso crítico e responsabilidade compartilhada.
