A Direção-Geral de Saúde (DGS) ampliou o acesso gratuito à vacinação contra a gripe zoonótica, como a gripe das aves, para os vigilantes da natureza, além dos profissionais que lidam com análises ou casos suspeitos, conforme anunciado na última sexta-feira.

A gripe zoonótica é uma doença que pode ser transmitida entre animais e humanos, como é o caso da gripe das aves, e a vacina protege contra essa transmissão, segundo a norma publicada na quinta-feira, que regulamenta o acesso à reserva estratégica nacional do medicamento.

“Esta norma tem como objetivo descrever a estratégia de vacinação contra a gripe zoonótica, visando mitigar o risco de surgimento de uma pandemia de gripe de origem zoonótica, atuando na pré-exposição ao vírus e fortalecendo a abordagem clínica e de Saúde Pública para os casos humanos expostos”, diz o documento.

Os “trabalhadores elegíveis para a vacina” incluem aqueles que fazem parte de “equipas de resposta rápida e gestão de focos de gripe zoonótica em animais”, “profissionais de laboratório envolvidos na colheita, manipulação e análise de amostras potencialmente contaminadas por vírus influenza zoonóticos”, além de funcionários dos “Centros de Recuperação de Animais Selvagens (CRAS), do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA), vigilantes da natureza do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e dos serviços veterinários municipais que tenham contato direto com aves doentes ou mortas”.

A estratégia de vacinação tem como meta “reduzir o risco de transmissão de vírus influenza zoonóticos de animais infectados para pessoas expostas”, assim como o “risco de surtos em humanos”.

Além disso, recomenda-se a vacinação sazonal contra a gripe para pessoas com maior risco de exposição a vírus influenza zoonóticos, como forma de reduzir o risco de coinfecção por diferentes genótipos e rearranjo genético entre os vírus.

Em março, a DGS já havia ampliado o acesso gratuito à vacinação contra a gripe para profissionais com risco de exposição direta a animais doentes ou mortos com suspeita de gripe zoonótica.

No dia 7 de janeiro, a DGS divulgou a Orientação nº 001/2025, relacionada à “gripe zoonótica ou por outro vírus influenza de origem animal — Abordagem de Saúde Pública e Abordagem Clínica”, no contexto dos surtos globais de gripe aviária de alta patogenicidade, incluindo na Europa e em Portugal.

A Orientação, direcionada aos profissionais do Sistema de Saúde, abrange aspectos como detecção precoce, gestão de casos, notificação, diagnóstico, tratamento, investigação epidemiológica, gestão de contatos, testagem, quimioprofilaxia, vacinação e comunicação de risco, baseando-se nas recomendações mais recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC).

A DGS destaca que a transmissão do vírus H5N1 para humanos é um evento raro, com casos esporádicos registrados em todo o mundo.

No entanto, se ocorrer, a infecção pode se manifestar de forma grave, com um período de incubação geralmente entre dois a cinco dias, após a última exposição a animais doentes ou mortos.

A transmissão da doença acontece principalmente em contextos de exposição profissional, através do contato direto ou próximo com animais infectados ou com seus tecidos, penas, excrementos, ou pela inalação de vírus em ambientes contaminados.

Até o momento, não há evidências de que a gripe das aves possa ser transmitida a seres humanos pelo consumo de alimentos, incluindo carne de aves de capoeira e ovos.

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