Uma nova tendência tem se espalhado nas redes sociais, especialmente no TikTok, onde adultos estão utilizando chupetas em diversas situações, como no trânsito, no trabalho e em casa, como forma de lidar com momentos de estresse. A prática, que começou a ganhar popularidade particularmente na China, tem despertado cada vez mais interesse.
Embora ainda não esteja muito presente na Europa, a tendência já é um tópico de discussão nos Estados Unidos e no Brasil, com diversos vídeos de adultos usando chupetas e defendendo os benefícios dessa prática.
«Quando vi as imagens, parecia quase irreal, algo carnavalesco. O que se alega é que essa prática traz um sentimento de calma em situações de crise e ajuda na gestão do estresse. E, de fato, se decidirmos que algo nos ajuda a lidar com o estresse, isso pode realmente acontecer. Se eu decidir que fumar um cigarro me acalma, essa percepção pode fazer com que eu me sinta mais relaxada, pelo menos a curto prazo», explicou Ana Isabel Lage, psicóloga clínica no Porto, em entrevista ao Jornal de Notícias.
«É sabido que o movimento repetitivo de sucção, como o de chupar uma chupeta, acalma os bebês, criando uma sensação de controle. Para nós, adultos, não é necessariamente a sucção que nos acalma, mas o propósito que atribuirmos a essa ação. É a ideia de estar no controle do ato», acrescentou a especialista.
Segundo a publicação, existem estratégias de regulação emocional que são mais adaptativas e outras que são disfuncionais. O uso da chupeta é um mecanismo primitivo, um retorno à infância que, de fato, pode proporcionar uma sensação de segurança e conforto. Além de ajudar na redução da ansiedade, algumas pessoas relatam melhorias no sono e mencionam que a chupeta auxilia na concentração e no controle de impulsos, como fumar ou roer as unhas.
No entanto, o uso excessivo de chupetas a longo prazo pode impactar o alinhamento dos dentes, causar tensão na mandíbula e gerar dependência emocional, na qual a pessoa se torna dependente da chupeta para gerenciar momentos de maior estresse.
