Fundada em 2015, a Uphill tem como missão transformar o modelo de prestação de cuidados de saúde. Atrair profissionais altamente qualificados e acompanhar a rápida evolução do setor são desafios significativos, mas a startup portuguesa tem conseguido superar o desafio da retenção, conforme revela Carla Moita, head of People.

Por Tânia Reis

Acreditando que o ambiente de trabalho influencia diretamente a produtividade, criatividade e motivação da equipe, a Uphill mudou-se há um ano para o IDB Lisbon, um espaço projetado para promover a colaboração, estimular a criatividade e o bem-estar, com resultados positivos.

Como você descreveria a cultura organizacional da UpHill?

A cultura da UpHill se baseia em um equilíbrio entre inovação, exigência e colaboração. Somos uma empresa tecnológica com um ambiente jovem e informal, além de uma estrutura horizontal que valoriza a entreajuda. Acreditamos que a combinação entre rigor e qualidade no que fazemos, aliada a um espírito de equipe aberto e colaborativo, é o que gera a criatividade e a inovação necessárias para desenvolver um produto único no mercado.

Quais os pilares da estratégia de Gestão de Pessoas de vocês?

A nossa estratégia é fundamentada em quatro pilares: (i) “Own the trail” – incentivamos cada funcionário a liderar seu percurso com iniciativa, resiliência e responsabilidade; (ii) “Perfect each step” – buscamos a excelência em cada detalhe, focando na qualidade e na melhoria contínua do produto e da equipe; (iii) “Conquer the peak” – definimos objetivos desafiadores e incentivamos a superação; (iv) “Reach new heights” – valorizamos a inovação e o impacto das pessoas e da tecnologia que desenvolvemos, promovendo o crescimento individual e coletivo.

Esses princípios refletem-se tanto no desenvolvimento dos colaboradores quanto no sucesso dos projetos entregues.

Atualmente, quantos colaboradores a UpHill tem e qual é o perfil médio deles?

No momento, a UpHill conta com cerca de 50 colaboradores, organizados em equipes de produto e engenharia – focadas no desenvolvimento do nosso software de orquestração de cuidados –, equipe de vendas e desenvolvimento de negócios, equipe de implementação de projetos, e uma equipe clínica que abrange todas essas áreas, garantindo que a expertise médica influencie todo o processo de desenvolvimento e implementação de software.

O perfil dos colaboradores é altamente qualificado, com formação superior e, em sua maioria, com mestrado, reforçando nossa aposta no conhecimento e na especialização como motor de crescimento.

Como vocês promovem a colaboração entre equipes multidisciplinares?

A colaboração é um valor primordial na UpHill. As equipes estão organizadas em squads multidisciplinares compostas por engenheiros, médicos, designers e outros perfis, conforme necessário para cada projeto.

Valorizamos a interação presencial e estabelecemos rotinas que favorecem a troca de ideias e o trabalho conjunto entre diferentes áreas. Além disso, nosso escritório foi projetado para atender a esse propósito, oferecendo espaços formais de co-criação e ambientes informais que estimulam a proximidade entre pessoas e equipes. Esse modelo garante que cada projeto se beneficie da diversidade de competências e perspectivas, resultando em soluções mais criativas, eficazes e centradas nos usuários. Essa colaboração também se estende a nossos clientes na linha de frente da prestação de cuidados de saúde, com quem mantemos uma relação de confiança para assegurar que nossos projetos atendam às necessidades reais.

Quais são os principais desafios que vocês enfrentam ao recrutar para uma startup na área da saúde?

Um dos maiores desafios é atrair perfis altamente especializados e experientes, que são muito procurados no mercado, o que exige uma proposta de valor clara e diferenciadora. Além disso, há a necessidade constante de acompanhar a rápida evolução do setor da saúde digital, garantindo que o talento que recrutamos tenha a capacidade de integrar novas tendências e exigências tecnológicas.

Atualmente, isso inclui recrutar profissionais preparados para trabalhar com inteligência artificial e outras áreas emergentes, assegurando que possamos inovar e manter nosso software atual e competitivo.

E quanto à retenção de colaboradores?

Na área altamente competitiva da saúde e tecnologia, a retenção de colaboradores é um desafio estratégico. Na UpHill, temos conseguido alcançar uma taxa de retenção elevada ao criar um ambiente que combina autonomia, desenvolvimento contínuo, cultura de inovação e propósito, juntamente com feedback regular e reconhecimento. Oferecemos também benefícios atrativos, políticas de bem-estar e oportunidades de envolvimento em projetos estratégicos para motivar e engajar nossas equipes.

Que competências, além das técnicas, são mais valorizadas em um candidato?

A UpHill valoriza não apenas o conhecimento técnico, mas também pessoas com autonomia, capazes de assumir responsabilidades e tomar decisões; com espírito inovador que tragam novas ideias e abordagens; e com pensamento estratégico, para alinhar sua contribuição pessoal com a visão global da empresa. Essas competências são essenciais para crescer e ter impacto em um ambiente dinâmico e desafiador como o nosso.

Como é estruturado o processo de recrutamento na UpHill? Há alguma parte que consideram diferenciada?

Nosso processo de recrutamento é dividido em três fases principais. Primeiramente, avaliamos o alinhamento entre as expectativas do candidato e as necessidades da posição, conduzido por um colega para garantir alinhamento desde o início. Em seguida, realizamos um desafio técnico que nos permite entender como a pessoa aborda problemas e encontra soluções. Por fim, há uma entrevista com a equipe de liderança, onde discutimos abertamente o futuro e o impacto que esperamos construir juntos.

Que estratégias utilizam para promover o desenvolvimento contínuo dos colaboradores?

O desenvolvimento contínuo é fundamental na UpHill, especialmente em um setor competitivo. Combinamos um modelo de desenvolvimento baseado em três pilares – (i) Experience (projetos reais e desafiadores), (ii) Exposure (contato com líderes e stakeholders) e (iii) Education (formação técnica e de soft skills) – com iniciativas práticas. Temos as UpHill Growth Talks, que promovem a partilha de conhecimento, o Self-Development Budget, que permite investimento no crescimento individual, e as Career Coaching Clinics, que ajudam os colaboradores a refletir sobre suas carreiras e definir os próximos passos.

Assim, criamos um ambiente que inspira a aprendizagem contínua, colaboração e inovação em cada projeto.

Que iniciativas existem para promover o bem-estar e a motivação da equipe?

Nossa oferta de benefícios inclui acesso a ginásio, um seguro de saúde abrangente, e ainda o Liber, um serviço de saúde digital desenvolvido pela UpHill, que é disponibilizado gratuitamente à equipe. Dessa forma, garantimos cuidados médicos para situações agudas e programas de prevenção e bem-estar. Estas iniciativas apoiam o cuidado contínuo da saúde física e mental de cada colaborador.

Para reforçar o espírito de equipe e a motivação, organizamos eventos como a Team Week, que fortalece a cultura e o espírito de equipe, e o Monday Breakfast, um espaço informal de partilha logo no início da semana.

Como a expansão internacional está impactando a Gestão de Pessoas?

Com a expansão internacional, um dos principais desafios na Gestão de Pessoas é assegurar que a cultura da UpHill – baseada na proximidade, colaboração e espírito de equipe – permaneça forte, apesar das distâncias geográficas. Estamos intensificando a comunicação interna e criando rotinas de interação entre as equipes em diferentes locais para manter conexões e alinhamento. Com base no feedback coletado nas entrevistas dos primeiros 180 dias, estamos investindo em processos de onboarding mais estruturados, feedback regular e oportunidades de shadowing entre as equipes.

O objetivo é claro: mesmo com o crescimento e a internacionalização, queremos continuar sendo uma empresa onde as pessoas se sintam próximas, apoiadas e tenham espaço para evoluir.

Por que escolheram o IDB Lisbon para esta nova fase de crescimento?

O IDB Lisbon foi escolhido, em parte, por sua transformação, que reflete nossa missão de redefinir o modelo de cuidados de saúde. Além disso, não faz sentido estar em um edifício de escritórios tradicionais, já que o IDB representa a criatividade que desejamos trazer para o setor da saúde.

Em termos práticos, acreditamos que o ambiente de trabalho tem impacto direto na produtividade, criatividade e motivação. O IDB Lisbon possui uma localização estratégica, perto do Parque das Nações e com excelente acesso a transportes, além de oferecer serviços que valorizam o conforto e bem-estar dos colaboradores, como cantina, ginásio, estacionamento e funcionamento 24/7. O espaço também tem potencial para ambientes de trabalho variados que favorecem tanto a concentração individual quanto a colaboração em equipe, permitindo a personalização do escritório de acordo com as necessidades da empresa.

Quais são as principais características do novo espaço de trabalho?

O novo escritório da UpHill é versátil e apoia diferentes formas de trabalho. Mantivemos áreas de open space para facilitar a interação diária, além de incluir salas de reunião insonorizadas de diversas dimensões, equipadas para videoconferências, e áreas informais para colaboração e brainstorming. Com uma copa e um amplo espaço de refeições, além de um auditório para eventos internos e externos, queremos abrir nosso espaço à comunidade por meio de eventos e conferências com nossos clientes.

Como o novo escritório impactará a cultura organizacional?

A liderança da UpHill sempre acreditou que os espaços afetam a qualidade do que fazemos. Por isso, o projeto do escritório recebeu o mesmo zelo que dedicamos ao desenvolvimento de nossos produtos de software. O novo espaço foi pensado para reforçar a colaboração, estimular a criatividade e o bem-estar, permitindo que a cultura da UpHill – próxima, aberta e inovadora – continue a prosperar. Um ano após a mudança, temos certeza de que está funcionando.

Como o departamento de RH contribui para a inovação na empresa?

O departamento de Recursos Humanos – ou a área de People – tem um papel central na promoção de uma cultura de inovação. Isso começa na atração e desenvolvimento de talentos, priorizando perfis multidisciplinares, curiosos e adaptáveis a contextos complexos. A integração desses profissionais é apoiada por um processo de onboarding estruturado que facilita a adaptação e assegura uma rápida imersão na cultura da empresa.

Além disso, o departamento promove rituais e iniciativas de engajamento que reforçam os valores organizacionais e incentivam a colaboração entre equipes. Esses momentos são acompanhados por práticas regulares de feedback e reconhecimento, essenciais para valorizar tanto a experimentação quanto a contribuição individual de cada colaborador.

Dessa forma, o departamento de Recursos Humanos garante que a cultura da UpHill permaneça sólida e inspiradora, criando um ambiente seguro, motivador e propício à inovação.

Quais são os planos futuros da UpHill em termos de crescimento da equipe?

A equipe da UpHill tem crescido de forma consistente ao longo dos anos. Atualmente contamos com mais de 50 perfis, dispostos entre as equipes de engenharia, equipe médica, desenvolvimento de produtos e negócios, além de implementação de projetos. Estamos realizando vários processos de recrutamento e, apesar da internacionalização, continuaremos a manter o core da operação em Portugal, garantindo equipes locais estratégicas nas principais localizações.

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