O presidente da Câmara do Porto, Pedro Duarte, anunciou esta sexta-feira que a autarquia está a preparar um plano estratégico para reforçar a segurança e a “tranquilidade pública” na cidade, que deverá ser apresentado no primeiro trimestre de 2026.
O autarca explicou que o documento está atualmente em fase técnica, com várias soluções em avaliação. “Estamos a trabalhar do ponto de vista da execução, nas soluções que vamos poder apresentar para esse plano”, afirmou.
A revelação surge após uma reunião realizada esta semana com a ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral. Segundo Pedro Duarte, o Governo manifestou “grande abertura” para analisar diferentes medidas, entre elas, o reforço do número de polícias efetivos no Porto, uma das metas assumidas durante a campanha eleitoral.
“Vamos trabalhar nesse caminho. É isso que estamos agora a ver, com as autoridades envolvidas, porque queremos que este plano seja transversal”, sublinhou. (via Porto Canal)
Migração de problemas exige estratégia mais ampla
O presidente da Câmara destacou a importância de uma abordagem integrada, lembrando que intervenções policiais de curto prazo não eliminam, por si só, os problemas estruturais. O autarca reagiu aos resultados dos cinco dias de policiamento reforçado da PSP na Pasteleira e em Pinheiro Torres, ação que, segundo dados transmitidos pela polícia, levou ao deslocamento do tráfico para Ramalde e Viso.
“Uma medida específica pode resolver um problema concreto, mas pode criar outro ao lado”, observou, defendendo que o Porto precisa de uma estratégia “mais conseguida” e de longo alcance.
Obras urbanas ajudam, mas não chegam
Pedro Duarte falava à margem de uma visita ao novo jardim criado no local do antigo Mercado de S. Sebastião, junto à Sé. O edifício demolido era conhecido como ponto de tráfico e consumo de droga, e o presidente acredita que a requalificação vai contribuir para melhorar a segurança na zona.
Ainda assim, frisou que a intervenção urbanística tem de ser acompanhada de medidas sociais e policiais. “Queremos combater o problema na sua génese”, afirmou, defendendo acompanhamento social adequado para pessoas com dependências e uma estratégia policial mais eficaz.
“O que temos tido até agora não chega”, rematou.
