A eletrificação do troço ferroviário entre Marco de Canaveses e Régua, na Linha do Douro, proporcionará uma redução de sete minutos no tempo de percurso, com um investimento total de 165 milhões de euros. A obra, consignada na Estação do Peso da Régua a 16 de setembro, terá a duração de três anos e exigirá a realização de trabalhos noturnos, além do fechamento da via durante o inverno, entre novembro e março.

Carlos Fernandes, vice-presidente da Infraestruturas de Portugal (IP), destacou que este projeto é “muito relevante” e “esperado há muitos anos na região”, visando aprimorar o serviço para as comunidades locais e minimizar os impactos no cotidiano e no turismo.

Ele reconheceu que haverá inconvenientes com a oferta de transporte ferroviário, pois os trabalhos ocorrerão entre as 23h00 e as 06h00, e o fechamento da linha no inverno será essencial para operações críticas, como o rebaixamento de túneis. Durante esses períodos, a circulação será feita por transporte rodoviário, com autocarros financiados pela IP, em coordenação com a CP e as autoridades locais.

Benefícios para passageiros e ambiente

A intervenção trará benefícios significativos, incluindo uma redução das emissões de CO2 estimadas em 16 mil toneladas por ano, aumento da competitividade da ferrovia e condições para uma possível conexão por intercidades até à Régua.

Além da instalação da catenária, a obra contempla:

  • Modernização de estações e apeadeiros
  • Construção de acessos para pessoas com mobilidade reduzida
  • Intervenção em 40 taludes com problemas de segurança
  • Rebaixamento de seis túneis
  • Prolongamento das plataformas para 150 metros, permitindo comboios de maior capacidade
  • Instalação de sistemas de informação ao público e aprimoramento das bilheteiras

O trecho entre Caíde e Marco de Canaveses já foi eletrificado desde 2023, com um investimento de 33 milhões de euros.

Investimento total poderá atingir os 460 milhões de euros

Segundo a IP, está em andamento um projeto de modernização do trecho Régua–Pocinho, com um orçamento de 180 milhões de euros, e estudos para o último trecho entre Pocinho e Barca d’Alva, estimado em 80 milhões. Assim, o investimento na modernização da Linha do Douro poderá alcançar 460 milhões de euros.

Carlos Fernandes ressaltou que muitas iniciativas estão sendo realizadas na ferrovia, como nunca visto em Portugal, com os cerca de 150 quilômetros entre Caíde e Barca d’Alva progredindo em diferentes fases.

O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Miguel Pinto Luz, presente na cerimônia, reiterou a importância da eletrificação total da Linha do Douro até Barca d’Alva, reiterando o compromisso do Governo com a mobilidade sustentável e a coesão territorial.

Atualmente, a Linha do Douro conecta o Porto ao Pocinho (171,5 km). A reabertura do trecho entre Pocinho e Barca d’Alva, fechado em 1988, é uma demanda de diversas entidades regionais e nacionais, considerada fundamental para o turismo e desenvolvimento do interior do país.

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