Alguns filmes, se não fossem inspirados em histórias reais, seriam quase inacreditáveis. Contudo, assisti-los nos traz lições valiosas. É o caso de “Arthur, amigo para sempre”, dirigido por Simon Cellan Jones, com Mark Wahlberg e Simu Liu como protagonistas.
Por Paulo Miguel Martins, professor da AESE Business School e pesquisador nas áreas de Cinema, História, Comunicação e Mass Media
A trama se inicia com uma equipe de atletas participando de uma das competições de resistência mais desafiadoras: a “corrida aventura”. Durante cinco dias em uma selva tropical, os competidores devem percorrer centenas de quilômetros, usando corrida, bicicleta e caiaque, enfrentando diversos caminhos e obstáculos. Eles têm a liberdade de escolher suas próprias rotas, testando assim sua capacidade de orientação até os pontos de chegada das distintas etapas.
No início do filme, a equipe enfrenta um grande fracasso. Há desentendimentos internos e o líder defende uma estratégia que leva vários membros ao desgaste, sem perceber que estão no caminho errado. A situação piora quando eles acabam atolados em um lamaçal. Em um momento de frustração, um dos participantes publica fotos da situação nas redes sociais, expondo a humilhação do líder, e essas imagens rapidamente se tornam virais, atraindo muitos comentários.
Anos depois, vemos o ex-líder da equipe agora como pai de família, dedicado à esposa, mas lidando com sérios problemas de adaptação na nova carreira no setor imobiliário. Ele se sente mal consigo mesmo, atormentado pelo trauma do fracasso, marcado permanentemente na internet como um “perdedor” e uma figura humilhada.
A sua vida familiar enfrenta uma crise. Ele briga com o pai que tenta ajudá-lo e sente que sua esposa não o entende, prejudicando o relacionamento com a filha. As discussões se acumulam até que a esposa sugere que ele tente novamente. Ela não deseja que ele se torne um herói, mas que tenha a chance de fazer as coisas corretamente, superando-se e deixando de se ver como uma “vítima”, para se envolver em algo significativo que inspire os outros.
Ele aceita o desafio! Começa a conversar com outros atletas para formar uma nova equipe. Pede desculpas a ex-participantes por suas falhas passadas. Ouve cada um e os estimula a darem o seu melhor.
Com o início da competição, o foco é a vitória! Eles traçam uma estratégia onde cada membro, especialista em sua área, orienta os outros. Desde o começo, fica evidente que o líder presta atenção a todos, preocupado com o bem-estar da equipe, sem buscar ganhar a qualquer preço. Em um momento, eles encontram um cão ferido e negligenciado pela comunidade. O animal, chamado Arthur, se junta a eles e é alimentado pelo líder. Em uma situação de perigo, o cão acaba salvando o grupo de uma queda em um abismo. Arthur não os abandona mais, conquistando o carinho de todos e ajudando com dicas sobre os melhores caminhos.
À medida que a competição avança, eles parecem estar a caminho da vitória, mas um dos membros desidrata. O líder decide pausar até que o colega se recupere, o que resulta em uma perda significativa de tempo. Ao seguirem, devem parar novamente para socorrer o cão, o que os atrasa ainda mais. Embora terminem em segundo lugar, a atenção da mídia volta-se para eles. O interesse gira em torno do cachorro e das decisões corretas que a equipe tomou, resultando em um retorno financeiro substancial que supera o investimento inicial. A experiência une o grupo, reúne os diversos concorrentes e fortalece os laços familiares.
Leia o artigo completo na edição de Outubro (nº 178) da Human Resources.
