A Plataforma de Jovens Profissionais de Saúde, composta por nove entidades representativas, lançou o Plano de Motivação e Valorização, um documento estratégico com o objetivo de abordar os desafios estruturais que afetam milhares de jovens que atuam na área da saúde em Portugal.

O documento aponta questões críticas como a precariedade contratual, a falta de progressão nas carreiras, os alarmantes níveis de stress e burnout, além da crescente emigração de profissionais qualificados. A Plataforma destaca que, segundo dados do seu Barómetro, apenas 10% dos jovens se sentem satisfeitos com as suas condições de trabalho, e mais de 60% afirmam que os seus horários não permitem uma adequada conciliação entre vida pessoal e profissional.

«Este plano é, acima de tudo, uma exigência de responsabilidade coletiva. Os jovens profissionais de saúde entram no sistema com forte vocação e senso de missão, mas rapidamente se deparam com um panorama de desvalorização e instabilidade. Não podemos continuar a formar talento para exportar ou esgotar», afirma Lucas Chambel, representante da Plataforma de Jovens Profissionais de Saúde.

Para enfrentar esses problemas, o plano propõe soluções organizadas em cinco eixos de intervenção: carreiras, remuneração e condições contratuais; planejamento estratégico e gestão de recursos humanos; formação contínua e desenvolvimento profissional; bem-estar, saúde mental e conciliação da vida pessoal e profissional; e transdisciplinaridade, inovação e participação.

«Este documento apresenta soluções concretas, realistas e baseadas em evidências. Queremos que seja um ponto de virada na forma como o país cuida de quem cuida. Acreditamos que a Ministra da Saúde reconhecerá esta oportunidade de compromisso com uma nova geração pronta para construir o futuro do SNS», acrescenta.

Entre outras medidas, o documento prevê a criação e reformulação das carreiras e grelhas salariais, incentivos para a fixação em áreas carenciadas com uma majoração salarial de pelo menos 40% nos primeiros cinco anos de colocação, programas de prevenção do burnout e promoção do bem-estar no trabalho, implementação de um projeto-piloto para horários mais sustentáveis e formação de equipas transdisciplinares no SNS.

«Estamos diante de uma geração de profissionais altamente qualificados, motivados e com um forte senso de missão, mas que enfrenta obstáculos inaceitáveis no início de suas carreiras. Este plano é uma chamada de atenção e, acima de tudo, uma proposta de ação concreta para garantir um sistema de saúde mais justo, sustentável e centrado nas pessoas: profissionais e utentes», conclui Lucas Chambel.

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