A garantia pública na aquisição de habitação atingiu 15,3 mil contratos de crédito até agosto, representando 39,6% do total celebrado por jovens até aos 35 anos, conforme dados do Banco de Portugal (BdP).

No decorrer dos primeiros oito meses de 2025, foram assinados 15,3 mil contratos de crédito à habitação própria e permanente ao abrigo do regime de garantia estatal, totalizando 3,0 mil milhões de euros, conforme comunicado do banco central.

Esses contratos representaram 39,6% do número total e 41,9% do montante total contratado por jovens até aos 35 anos, no mesmo período.

Segundo o BdP, considerando todo o crédito concedido até agosto deste ano pelo sistema financeiro para a compra de habitação própria e permanente, os contratos com garantia pública corresponderam a 21,7% do número de contratos e 24,8% do montante total de crédito concedido.

Até ao final de agosto, 37,5% (407 milhões de euros) do total disponibilizado pelo Estado para garantias no âmbito deste regime já estavam utilizados.

Em agosto, foram celebrados 2,1 mil contratos de crédito à habitação própria e permanente com garantia do Estado, totalizando 416 milhões de euros.

Esses contratos representaram 45,5% dos contratos e 47,0% do montante contratado por jovens até aos 35 anos para a mesma finalidade.

Comparado com o mês anterior, o número de contratos com garantia do Estado e o montante contratado diminuíram 14,7% e 12,9%, respetivamente.

O BdP ainda ressalta que, nas regiões do Alentejo e da Lezíria do Tejo, entre janeiro e agosto de 2025, mais da metade dos contratos de crédito à habitação própria e permanente firmados por jovens foram realizados com garantia do Estado.

Por outro lado, na Grande Lisboa e na Região Autónoma da Madeira, a proporção de imóveis adquiridos por jovens com garantia estatal foi menor, correspondendo a cerca de um terço do total.

O Governo aprovou neste mês um aumento de 350 milhões de euros na garantia pública para a compra de casa por jovens até aos 35 anos, elevando o valor disponível para 1.550 milhões de euros, conforme despacho datado de 18 de setembro e publicado no dia 24.

Além desse incremento, o despacho também autorizou o pedido do BPI para um aumento de 100 milhões de euros do valor que lhe havia sido atribuído.

O BPI, assim como a Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Mafra, que solicitou um montante adicional de 1,8 milhões de euros, estão entre os bancos que solicitaram esse reforço.

A garantia pública para o crédito à habitação a jovens até 35 anos (inclusive) aplica-se a contratos assinados até o final de 2026 e possibilita ao Estado garantir, enquanto fiador, até 15% do valor da transação.

O Governo definiu o montante máximo da garantia pública em 1.200 milhões de euros, distribuindo uma quota a cada banco, mas abriu a possibilidade de esse valor ser aumentado caso os bancos esgotem seus limites e solicitem esse reforço, como ocorreu agora.

Na prática, essa garantia, combinada com as normas de concessão de crédito à habitação, permite que os jovens adquiram 100% do valor da avaliação do imóvel, ao invés do limite de 90% aplicável à maioria dos clientes.

Podem usufruir dessa garantia no crédito à habitação indivíduos entre 18 e 35 anos de idade (inclusive) que estejam adquirindo a sua primeira habitação própria permanente, desde que o valor não exceda 450 mil euros.

Os beneficiários não podem ser proprietários de nenhum imóvel urbano ou parte de um imóvel urbano e não podem ter rendimentos superiores ao oitavo escalão do IRS (cerca de 81 mil euros de rendimento coletável anual).

Exit mobile version
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.

Strictly Necessary Cookies

Strictly Necessary Cookie should be enabled at all times so that we can save your preferences for cookie settings.