A Infraestrutura Compreensiva de Cancro do Norte de Portugal, um projeto-piloto que integra hospitais, instituições acadêmicas e de pesquisa, bem como associações de pacientes, tem como objetivo garantir o acesso equitativo a cuidados de excelência, afirmou o presidente do IPO do Porto nesta quinta-feira.

“O câncer não tem código postal. Isso é um dos grandes valores do Serviço Nacional de Saúde: garantir o acesso democrático aos cuidados mais diferenciados. No entanto, não basta apenas investir dinheiro no sistema para que ele funcione. É absolutamente essencial dedicar muita energia e atenção à organização do sistema”, destacou Júlio Oliveira.

Em declarações à agência Lusa sobre a criação da Infraestrutura Compreensiva de Cancro do Norte de Portugal, formalizada nesta quinta-feira, o presidente do Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto enfatizou que “o cidadão não pode ter seu acesso a cuidados de saúde diferenciados limitado pelo local onde mora ou pela sua condição social”.

O acordo colaborativo para o desenvolvimento desse projeto será assinado pelo IPO do Porto, pela Unidade Local de Saúde (ULS) do Alto Ave, ULS de Braga, ULS de Gaia/Espinho, Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) e pelo Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S).

A cerimônia está agendada para as 16h00 e contará também com a presença de representantes da Direção-Executiva do SNS, da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), do Programa Nacional das Doenças Oncológicas da Direção-Geral da Saúde (DGS), do Infarmed e da Agência de Investigação Clínica e Inovação Biomédica (AICIB).

A Infraestrutura Compreensiva de Cancro do Norte de Portugal (Comprehensive Cancer Infrastructure of North of Portugal — CCINP) pretende estabelecer uma rede colaborativa entre instituições para promover “uma jornada do paciente oncológico mais coordenada, acesso equitativo a cuidados de excelência, redução de custos e avanços em pesquisa clínica e inovação terapêutica”, assim como “melhoria dos cuidados em oncologia”, com potencial impacto no desenvolvimento social e econômico da região, conforme descrito na nota enviada à Lusa.

“O combate ao câncer hoje exige um trabalho em equipe. Não é mais viável tratar o câncer dentro das paredes de um único hospital. É crucial que as instituições de saúde que cuidam dos pacientes, as que investigam a doença oncológica, as organizações que representam os pacientes, a academia, reúnam esforços e se articulem”, acrescentou Júlio Oliveira.

Este projeto-piloto, que se baseia em uma iniciativa europeia, terá como foco a medicina de precisão.

No futuro próximo, poderá centrar-se em tipos de câncer, como o pulmonar ou o colorretal. Mas atualmente, explicou Júlio Oliveira, o foco está no “desenvolvimento de um ecossistema que potencialize o acesso dos pacientes a tecnologias de sequenciação genômica que permitem caracterizar melhor os tumores”.

“Quer sejam adultos ou crianças afetadas por doenças oncológicas, o objetivo é oferecer as melhores opções de tratamento, as mais personalizadas e adaptadas às características do tumor”, detalhou.

Reforçando que este projeto está alinhado com a estratégia do Serviço Nacional de Saúde, e lembrando que a Comissão Europeia definiu a área da oncologia como estratégica, o presidente do IPO do Porto destacou como meta “a coordenação entre pares, entre profissionais de saúde, entre as direções das próprias instituições de saúde, para que o paciente possa fluir pelo sistema de saúde de forma mais rápida.”

“Independentemente do ponto de entrada de um paciente ou de um cidadão com suspeita de doença oncológica ou com diagnóstico confirmado no sistema de saúde, independentemente da sua localização geográfica, precisa ter acesso ao melhor padrão de cuidados e à inovação mais recente. Isso deve ser uma garantia”, ressaltou.

Júlio Oliveira acredita que essa visão “vai permitir reduzir custos, eliminar redundâncias, aumentar a rapidez com que o paciente é diagnosticado e tratado, e potencializar o acesso à inovação terapêutica, não apenas por meio de ensaios clínicos, mas também pelas inovações terapêuticas resultantes de diversos investimentos de diferentes instituições”.

“Esse é um modo de identificarmos tanto as fragilidades quanto os pontos fortes da rede”, concluiu, enfatizando a natureza vulnerável da doença em questão.

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