A criação da função de Chief AI Officer (CAIO) visa liderar uma implementação integrada da inteligência artificial (IA) em uma organização, apresentando argumentos robustos tanto a favor quanto contra sua designação. No entanto, a necessidade de um CAIO está intrinsicamente ligada à maturidade da IA dentro da organização.

Por Michael Wade, Corinne Avelines, Ann-Christin Andersen, Anja Lagodny e Achim Plueckebaum, MIT Sloan Management Review

No dinâmico panorama da inteligência artificial, as empresas buscam a melhor forma de aproveitar seu potencial transformador. Algumas decidiram criar um novo cargo de gestão sênior para supervisionar as atividades de IA em toda a companhia.

Em março de 2024, por exemplo, a administração Biden determinou que todas as agências federais dos Estados Unidos nomeassem um Chief AI Officer (CAIO) para supervisionar as atividades de IA e minimizar os riscos associados. Uma pesquisa realizada em agosto de 2023 com 965 líderes globais de TI em empresas de médio a grande porte revelou que 11% já tinham contratado um CAIO e outros 21% estavam buscando ativamente preencher o cargo.

Essa função, destinada a promover uma implementação coerente da IA na organização, apresenta argumentos convincente tanto a favor quanto contrários à sua efetivação. Como um grupo, temos uma perspectiva fundamentada sobre o valor potencial dos CAIO; quatro de nós ocuparam cargos de Chief Digital Officer (CDO) em setores diversos, como farmacêutico, tecnológico, bens de consumo e produtos e serviços industriais. Em nossas experiências como CDO, enfrentamos muitos dos mesmos desafios e oportunidades que os CAIO encontram atualmente.

A urgência de designar um diretor de IA
A IA, com seu potencial para transformar operações comerciais, experiências do cliente e ofertas de mercado, é essencial para que a gestão permaneça ágil e inovadora na busca por vantagens competitivas. Os argumentos que sustentam a necessidade de uma função executiva voltada para a IA têm como base os seguintes benefícios:

Mitigação da fragmentação da IA
Tal como aconteceu com projetos digitais anteriores, a IA frequentemente carece de supervisão a nível executivo, resultando em soluções fragmentadas, subinvestimento em iniciativas estratégicas e perda de oportunidades de crescimento. Um CAIO designado, com autorização para explorar e aproveitar a IA em toda a organização, pode direcionar o foco e a priorização em níveis mais elevados.

Na ausência de um controle claro, a maioria das organizações tende a expandir seus projetos e ofertas de IA de maneira descoordenada, resultando em uma mistura de iniciativas fragmentadas e sobrepostas, incapazes de atingir seu máximo potencial. A nomeação de um CAIO multifuncional poderia alinhar essas ações sob uma única estratégia, promovendo operações mais eficientes, maior inovação e significativas economias de custos.

Muitos dos mesmos benefícios almejados levaram as empresas a instituir os CDO, como nós. Por exemplo, uma multinacional de bens de consumo rápido tinha grandes aspirações de expandir o comércio eletrônico como parte de sua estratégia de crescimento, determinada pelo seu conselho de administração. O departamento de marketing foi incumbido de implementar essa estratégia e lançou vários programas com abordagens, orçamentos e, em última análise, níveis de sucesso variados. O resultado foi um verdadeiro caos. Um de nós foi contratado para desenvolver uma abordagem unificada e estruturar sua implementação em toda a empresa. Na ocasião, foram identificadas mais de 100 iniciativas digitais, projetos-piloto e provas de conceito existentes, na sua maioria pequenos, de escopo incremental e focados em testar novas tecnologias, em vez de resolver desafios comerciais. Após análise, constatou-se que 90% dos projetos foram descontinuados, e os demais, alinhados com a estratégia global, foram otimizados.

Em outro caso, a existência de uma função digital e de dados centralizada permitiu que uma grande empresa farmacêutica criasse ou identificasse o que chamou de projetos farol, servindo como referências para iniciativas semelhantes. O CDO podia estabelecer processos de governança para equilibrar a inovação com dados e sistemas padronizados em toda a empresa.

Um de nós idealizou, treinou e implementou um chatbot de IA junto à equipe de suporte ao mercado de uma grande marca de consumo. O objetivo era facilitar a navegação dos clientes em um novo site de comércio eletrônico. O chatbot resultou em um aumento considerável nas vendas, além de melhorar a experiência do cliente. Após o projeto-piloto, a tecnologia foi expandida para 20 mercados, alguns dos quais desenvolveram suas soluções de forma independente e não otimizada. Muitos mercados não teriam conseguido desenvolver uma solução por conta própria, e nenhum teria conseguido ampliá-la para outras regiões.

Leia o artigo na íntegra na edição de agosto (nº. 176) da Human Resources.

Disponível nas bancas e online, na versão impressa e na versão digital.

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