No mês de setembro, a grande estrela da VIVA! é Filipa Martins. Com apenas 29 anos, ela já se destaca como uma lenda do desporto nacional, tendo representado Portugal em três Jogos Olímpicos. Desde os primórdios na ginástica, passando pelos grandes desafios da carreira de atleta, até algumas curiosidades, confira a entrevista completa abaixo.
Começando pelo início, ainda se lembra de quando percebeu que a ginástica era mais do que um hobby?
Sim, recordo-me bem. Desde pequena, a ginástica fazia parte da minha rotina, mas houve um momento em que percebi que não era apenas uma diversão. Foi quando comecei a participar de competições internacionais e percebi que poderia levar a modalidade mais longe, representar Portugal e construir uma carreira no desporto.
Teve algum ídolo no desporto ou na vida que a inspirou a seguir a ginástica?
Tive várias referências na ginástica, tanto nacionais quanto internacionais, mas sempre me inspirei muito na minha família. O apoio deles foi fundamental para acreditar que era possível chegar mais longe.
Quais são os grandes desafios de ser ginasta, num país onde o futebol é rei?
O principal desafio é a visibilidade e o apoio. A ginástica não tem a mesma projeção que o futebol, por isso, muitas vezes o nosso esforço não é reconhecido. Contudo, isso sempre me deu uma motivação extra para mostrar que a ginástica também pode trazer grandes resultados para Portugal.
Para chegar onde chegou, teve de aprender desde cedo o significado de disciplina. Como foi gerir a adolescência/juventude com a paixão pelo desporto? O que mais ganhou e o que mais perdeu ao longo do caminho?
A gestão foi difícil, pois abdiquéi de muitas coisas típicas da adolescência. No entanto, ganhei experiências únicas que poucas pessoas podem viver, como competir em palcos internacionais e conhecer novas culturas. O desporto moldou-me como pessoa e ensinou-me valores que levo para a vida.
Já foi aos Jogos Olímpicos três vezes. Qual a edição que mais a marcou e por quê?
Todas foram especiais, mas as de Paris 2024 marcaram-me particularmente, pois consegui fazer história ao chegar à final All-Around. Esse foi um momento que guardarei para sempre e pelo qual esperei três Jogos Olímpicos para alcançar… e assim terminar minha carreira de forma brilhante, com todos os objetivos cumpridos!
Como era sua rotina de treinos e preparação para estas grandes competições?
Treinava diariamente, algumas vezes com treinos duplos, totalizando cerca de 30 horas por semana. Era uma rotina exigente que incluía preparação física, técnica, coreografias, recuperação e acompanhamento médico. Tudo era planejado com atenção aos detalhes para garantir que chegássemos à competição no melhor estado possível.
Um dos grandes feitos da Filipa foi alcançar uma final All-Around nos Jogos Olímpicos. O que isso representou para sua carreira?
Foi a realização de um sonho e um marco para a ginástica portuguesa. Isso demonstrou que é possível competir entre as melhores do mundo, mesmo vindo de um país pequeno, e abriu portas para as futuras gerações.
O que mais mudou na ginástica portuguesa desde que você começou até agora?
Muita coisa mudou. Atualmente, há mais reconhecimento e mais jovens praticando ginástica. Embora ainda haja um longo caminho a percorrer, sinto que ajudei a dar um impulso à modalidade em Portugal.
Em 2024, anunciou o fim da carreira como ginasta. Quase um ano depois, o que mais sente falta?
Sinto falta da rotina de treinos, do ambiente de competição e da adrenalina única de estar em cima do praticável. Contudo, também aprendi a valorizar essa nova fase da minha vida, permanecendo ligada à modalidade como treinadora agora!
Se não tivesse sido atleta, qual seria o caminho profissional da Filipa?
Provavelmente, algo relacionado ao desporto, pois não me imagino em outra área.
Nos tempos livres, o que Filipa mais gosta de fazer?
Adoro viajar, estar com amigos e família, e aproveitar momentos simples, como passear e explorar a natureza.
Que lado da Filipa fora da ginástica acha que as pessoas não conhecem?
Talvez meu lado mais descontraído e brincalhão. As pessoas me veem muito focada e séria nas competições, mas fora delas, sou bastante divertida.
Comida preferida?
Sou fã de sushi, mas também não resisto a uma boa comida caseira portuguesa.
Série/filme favorito?
Adoro séries que me prendem, especialmente espanholas e mexicanas como “Narcos”, mas a minha favorita é “El Dragon”. Também gosto de ver filmes leves para relaxar.
Música/artista favorito?
Escuto de tudo, mas tenho uma ligação especial com músicas que me transmitem energia e motivação. Adoro reggaeton – especialmente Manuel Turizo e Bad Bunny.
Após tantas conquistas, o que ainda falta realizar (dentro ou fora do desporto)?
Ainda quero crescer pessoal e profissionalmente, talvez contribuindo de uma maneira diferente para o desporto, ajudando a próxima geração. E fora disso, quero viver novas experiências e aproveitar ao máximo tudo que a vida tem a oferecer nesta nova fase como treinadora! Quem sabe um dia esteja presente nos Jogos Olímpicos, mas como treinadora!
