Apesar das diversas campanhas para “economizar na conta de luz”, os portugueses continuam a fazer escolhas inadequadas. Segundo a mais recente análise de mercado de energia do ComparaJá, 96,09 % dos consumidores que trocaram de fornecedor em setembro optaram por tarifas simples, onde o preço do kWh é constante ao longo do dia.

A princípio, essa pode parecer a escolha mais fácil. No entanto, os especialistas alertam que quem tem hábitos de consumo concentrados à noite, como carregar carros elétricos, usar máquinas de lavar fora do horário de pico ou programar aquecimentos, poderia economizar dezenas de euros por mês com tarifas bi-horárias. Mesmo assim, somente 3,91 % dos novos contratos escolheram essa alternativa.

“É um claro reflexo da falta de literacia energética; muitos consumidores têm receio de complicar as coisas, quando na verdade o que precisam é conhecer seu próprio perfil de consumo para economizar de forma significativa”, explica José Trovão, diretor de Energia no ComparaJá.

O relatório destaca também que a diferença entre a tarifa mais barata e a mais cara pode ultrapassar 800 euros por ano, dependendo da potência contratada e do tipo de tarifa. Essa discrepância é ainda mais evidente quando considerada em conjunto com o aumento generalizado dos custos energéticos.

Outro dado que se destaca: os contratos de apenas eletricidade dominam as trocas (quase 70 %), enquanto o gás natural ocupa um papel secundário. Lisboa e Porto continuam a liderar as mudanças, representando quase metade de todas as novas adesões.

Especialistas afirmam que a resistência a opções mais complexas, como tarifas bi-horárias ou tri-horárias, revela uma falta de confiança no mercado liberalizado e no próprio sistema de faturação. No entanto, há sinais de que isso pode mudar: com a chegada do inverno e o aumento do consumo energético, mais famílias poderão ser levadas a analisar suas faturas mais de perto e reconsiderar o tipo de tarifa que escolheram.

Os portugueses continuam a pagar mais pela luz do que realmente deveriam, não por falta de opções, mas sim por falta de informação.

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