O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, passou esta quinta-feira, 16 de outubro, um dia inteiro no Porto, acompanhado pelo presidente da Câmara, Rui Moreira, num roteiro que incluiu espaços educativos, ambientais, habitacionais e culturais – muitos deles criados de raiz ou reabilitados pelo atual Executivo.
“Foi um dia inesquecível”, declarou, em exclusivo ao Porto., o chefe de Estado, sublinhando que a deslocação à cidade “permitiu percorrer tópicos essenciais da obra do presidente Rui Moreira”.
“Faço um balanço muito positivo. Aliás, o melhor balanço não foi feito por mim, mas por muitos munícipes dos vários ‘Portos’ que aqui existem, e que disseram a saudade que vão sentir do presidente da câmara. Acompanho esse sentimento de gratidão e saudade, neste momento de quase despedida. Digo isto porque uma pessoa [Rui Moreira] com esta obra nunca se despede, está sempre presente. O que fez está e é fundamental para a construção do futuro”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
Após uma receção nos Paços do Concelho, o Presidente visitou a Escola Básica do Falcão, onde se mostrou impressionado com a reabilitação do edifício, o aproveitamento solar e das águas pluviais e as hortas existentes ao lado da escola. “É espantosa esta obra. Uma grande escola”, destacou.
Acompanhado pelo vereador da Educação, Fernando Paulo, percorreu as salas do pré-escolar e do primeiro ciclo, onde mais de 200 alunos assinalavam o Dia Mundial da Alimentação. “Vimos o que é possível fazer, em termos de mudança do ecossistema escolar, mesmo nas situações mais difíceis”, resumiu.
Seguiu-se um passeio a pé pelos parques da Alameda de Cartes e Oriental, onde o chefe de Estado sublinhou a importância destas intervenções “nos sítios mais improváveis e mais imaginativos da cidade, com valorização e participação, testemunhadas tanto por munícipes do Porto como dos concelhos vizinhos”.
Na Casa de São Roque, Marcelo Rebelo de Sousa visitou a exposição “Casa Ornata”, da artista alemã Kerstin Brätsch, acompanhada pelo curador Daniel Baumann. A mostra inaugura este sábado, com um concerto do grupo Conferência Inferno, às 20 horas.
Matadouro será “um grande polo”
O Presidente da República regressou depois ao futuro Matadouro-Centro Cultural do Porto, que já tinha visitado em 2019, antes do início das obras de requalificação. Voltou a manifestar “espanto” com o avanço dos trabalhos.
“O antigo matadouro será, no futuro, fonte de um grande polo de tudo o que se possa imaginar: cultura, inovação, atividade empresarial, formas de participação cívica. É a concretização de um projeto de muitos anos e que se deparou com várias interpretações do Tribunal de Contas, que não facilitavam nada o desbloquear da situação”, observou, acrescentando: “[O Tribunal de Contas] acabou por ceder, e bem, prevalecendo o ponto de vista do Município do Porto e do seu presidente”.
Atualmente, o espaço acolhe a exposição “Gustavo Ludgero: quatro décadas de trabalho”, que assinala o regresso do artista ao circuito artístico do Porto, reunindo mais de 100 obras que percorrem o seu trajeto desde 1981 até criações inéditas de 2025. A mostra inclui também esculturas nunca apresentadas, marcadas por uma linguagem visual intensa.
Recorde-se que o Matadouro – Centro Cultural do Porto resulta da requalificação do Antigo Matadouro Industrial, num projeto do arquiteto japonês Kengo Kuma em parceria com o atelier portuense OODA. O novo equipamento assenta em três eixos – identidade, património e criação – e pretende afirmar-se como um espaço coletivo de encontro, partilha e construção.
Durante a tarde, Marcelo Rebelo de Sousa visitou ainda o Reservatório, o Bairro Rainha D. Leonor, o Teatro Municipal Rivoli e o Batalha Centro de Cinema.
Sobre o bairro reabilitado pelo atual Executivo, o Presidente destacou que a intervenção “permitiu cozer tecido social, em pontos nevrálgicos da cidade”.
Nos equipamentos culturais, salientou “a recuperação de realidades que estavam num estado muito complicado, em alguns casos, pré-comatoso, transformando-as ao serviço da cidade”.
