A Randstad Research oferece uma nova visão sobre o mercado de trabalho no setor da saúde, fundamentada nos dados mais atualizados do INE, Eurostat e IEFP. O estudo examina a evolução do emprego, das remunerações e da estrutura empresarial em um setor que representa 9,7% do total de empregos em Portugal.

A remuneração média na área da saúde alcançou 1978 euros em junho de 2025, um aumento de 18,7% em relação ao ano anterior e 54,8% acima dos valores registrados em 2016. Este é um dos mais significativos aumentos da economia portuguesa, colocando as remunerações do setor 13,6% acima da média nacional.

Esse crescimento reflete a valorização das funções técnicas e clínicas, o impacto das políticas públicas de aumento salarial no Serviço Nacional de Saúde e o esforço das entidades privadas para reter profissionais em um mercado que enfrenta escassez de talento.

Luísa Cardoso, gerente da Business Unit responsável pelas áreas de clinical & life sciences da Randstad, observa que «o setor da saúde é atualmente um verdadeiro pilar econômico. A taxa de emprego e o aumento expressivo das remunerações evidenciam não apenas a relevância social deste setor, mas também sua capacidade de gerar valor e estabilidade».

<p«A valorização salarial, a recuperação do apoio social e a crescente presença do setor privado são sinais de um setor em transformação, que necessita continuar investindo em formação, retenção de talento e inovação organizacional. A escassez de profissionais, o envelhecimento da força de trabalho e o desequilíbrio de gênero representam desafios estruturais que requerem políticas ativas de qualificação, rejuvenescimento e maior diversidade no emprego.»

Os dados indicam que o mercado de trabalho na área da saúde está vivendo um dos períodos de maior expansão da última década. No segundo trimestre de 2025, o setor de saúde humana e apoio social empregava 524,5 mil pessoas, o que representa um aumento de 51,9 mil postos de trabalho em relação a 2019, um crescimento de 11% em seis anos.

A subcategoria “atividades de saúde humana”, que abrange hospitais, clínicas e consultórios, permanece como o principal motor de emprego na área da saúde, concentrando 62% do total.

Entre 2021 e 2024, observou-se um crescimento constante de profissionais em todas as categorias: os médicos e dentistas apresentaram o maior crescimento percentual (+9%), indicando investimento em especialização e áreas clínicas. Além disso, farmacêuticos e enfermeiros registraram crescimento de 7%, o que, embora menor em termos percentuais, representa o maior aumento em números absolutos. Assim, em 2024, havia 63.965 médicos, 85.499 enfermeiros, 10.786 farmacêuticos e 12.490 dentistas.

O número de profissionais de saúde atuando como autônomos tem aumentado continuamente desde 2010, especialmente após 2018, atingindo 35,2 mil pessoas em 2024. Isso demonstra a predominância deste tipo de vínculo no funcionamento do setor da saúde em Portugal, que depende cada vez mais de profissionais liberais, como médicos, enfermeiros e técnicos de diagnóstico e terapêutica.

O desemprego na área da saúde é muito baixo e se concentra em profissionais menos qualificados. Em agosto de 2025, estavam registrados 20.286 desempregados na área da saúde, o que equivale a 6,7% do total de desemprego nacional. A saúde é o setor mais feminizado da economia portuguesa, com 82% dos profissionais sendo mulheres.

A maior parte do emprego no setor é originada do setor privado da saúde

O setor privado emprega 63,6% do total de profissionais na área da saúde (284,8 mil trabalhadores contratados), enquanto o setor público abrange 163,3 mil pessoas (36,4% do total de empregos no setor). Isso evidencia que, embora o setor público seja crucial para a prestação de serviços de saúde em Portugal, a maior parte do emprego (considerando apenas trabalhadores contratados) é fornecida por entidades privadas.

O número de empresas relacionadas à saúde e ao apoio social continua a crescer, registrando uma expansão significativa na última década. Em 2023, havia 118.558 entidades no setor da saúde, um aumento de 2,2% em relação ao ano anterior e 45% acima dos níveis de 2013. Dentre essas entidades, aquelas que oferecem serviços na área da saúde humana representam 94,6% do total, sendo que o apoio social é o segmento que mais aumentou a base empresarial, impulsionado por microestruturas de proximidade e serviços domiciliares.

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