A travessia fluvial entre o Cais do Ouro, no Porto, e a Afurada, em Vila Nova de Gaia, chega ao fim no próximo domingo, dia 26 de outubro. O projeto-piloto, que decorreu durante quatro meses, termina com um balanço “altamente positivo”, segundo o presidente da Transportes Metropolitanos do Porto (TMP), Marco Martins.
“Até ao final de setembro, a embarcação transportou mais de 22 mil passageiros, superando as expectativas iniciais”, afirmou o responsável citado pelo Porto Canal, sublinhando que o mês de agosto foi o mais movimentado, com mais de nove mil utilizadores.
A ligação fluvial, que dura cerca de cinco minutos, funcionou como alternativa de transporte entre margens, beneficiando tanto turistas como residentes. O investimento de 160 mil euros visou testar a viabilidade de um serviço regular, que, segundo Marco Martins, também dinamizou o comércio local, sobretudo na Afurada.
“A minha sugestão é que a travessia continue, não só pela população que a usa para estudar ou trabalhar, mas também pela restauração. Muitos clientes deixam o carro no Porto e atravessam o rio para ir almoçar ou jantar à Afurada”, referiu o presidente da TMP.
Entre os utilizadores, há quem tema o fim do serviço. “Se isto parar vai ser um problema para estas duas zonas. A Afurada está muito pobre em transportes públicos”, lamentou António Barros, um dos passageiros habituais.
Marco Martins reconhece que a travessia deve continuar, mas com uma embarcação maior e adaptada a todas as estações do ano. O presidente da TMP revelou que vai reunir com os autarcas do Porto e de Vila Nova de Gaia para estudar um modelo de concessão plurianual, que permita manter o serviço de forma contínua.
Durante a fase experimental, o bilhete Andante pôde ser utilizado na travessia, algo que Marco Martins considera essencial: “Foi a verdadeira intermodalidade, permitindo às pessoas combinar elétrico, autocarro e barco numa única viagem.”
Se os planos avançarem como previsto, o serviço deverá regressar na próxima primavera, “para nunca mais parar”.
