Um dos agentes da PSP que está a ser acusado pelo Ministério Público (MP) de sequestrar e espancar até à morte um cidadão marroquino divulgou mensagens anti-imigração nas redes sociais, onde também partilha vídeos e fotografias de elementos do Chega, partido de extrema-direita que defende medidas de restrição à imigração.

A informação é avançada pelo jornal Expresso, que reporta que Jorge S., no dia 15 de maio de 2025, já depois de ter sido interrogado pelo MP e de saber que era suspeito num caso de sequestro e homicídio qualificado de um imigrante, partilhou um post no Face­book com informação falsa sobre imigração ilegal.

Nas redes sociais deste agente da PSP, segundo o semanário, há múltiplas publicações contra a imigração e uma em que se contesta a entrada de “afrodescendentes, ciganos, imigrantes e LGBT” nas “forças de segurança”. Há também partilhas de vídeos e fotos de dois dirigentes do Chega, André Ventura e Rita Matias, com posições contra o que consideram o excesso de imigração “descontrolada” e “piadas” sobre a comunidade cigana e o rendimento social de inserção (RSI).

No pedido de constituição de assistente que dirigiu ao juiz do processo, Miguel Vicente Bernardo, o advogado da família de Aissa Ait Aissa, que morreu de múltiplas lesões na cabeça em março de 2024, depois de 19 dias internado nos cuidados intensivos do Hospital de Faro, alega que o agente da PSP de Olhão divulgou “de forma reiterada material de natureza discriminatória”, escreve o Expresso.

O advogado alega que tal é “revelador da sua posição ideológica e da animosidade manifesta face a imigrantes e indivíduos de confissão islâmica”, o que mostra uma “predisposição hostil para com tais grupos”. “Tal sentimento de ódio constituiu o verdadeiro motor da conduta criminosa”, defende Miguel Vicente Bernardo, citado pelo mesmo meio.

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