Para o padrão da Meta, a empresa que controla o Facebook, Instagram e WhatsApp, a ambição do metaverso ainda persiste — mesmo que boa parte da indústria tecnológica esteja agora mais voltada para investimentos multimilionários em inteligência artificial (IA).
No Connect, o evento anual da Meta dedicado à tecnologia do metaverso, Zuckerberg apresentou óculos com IA, defendendo que esses dispositivos são um caminho para concretizar a aposta no metaverso.
“Óculos, IA e realidade virtual. O nosso objetivo é ter óculos com excelente aparência que entregam superinteligência com um sentido de presença usando hologramas realistas. Estas ideias combinam-se no metaverso”, explicou Mark Zuckerberg durante a keynote desta quarta-feira, já madrugada de quinta em Portugal.
Zuckerberg afirma que “os óculos são o formato ideal para a superinteligência pessoal, porque permitem estar presente no momento ao mesmo tempo em que se tem acesso a todas as capacidades de IA que vos tornam mais inteligentes, ajudam a comunicar melhor, melhoram a memória, apuram os sentidos e mais”. “Este sentimento de presença é uma questão profunda e penso que o perdemos um pouco com os telefones, e temos esta oportunidade de recuperá-la com os óculos”, disse o criador da maior rede social do mundo.
Em ocasiões anteriores, a Meta apresentou óculos de realidade virtual, como o Meta Quest, em que o utilizador vê um mundo virtual à sua frente, mas não consegue perceber o que se passa no mundo real. Agora, com esta tendência de óculos com IA, a ideia é que sejam de aspecto normal, mas com um pequeno ecrã incluído na lente, que mostrará informações, permitindo ao utilizador sempre acessar o que ocorre no mundo real.
Estes óculos são desenvolvidos em parceria com a EssilorLuxottica, a dona da Ray-Ban. Zuckerberg destacou como a IA estará a serviço do utilizador, afirmando que “a superinteligência é uma tecnologia que deve ser levada a sério” e que deve “dar às pessoas novas capacidades”.
A principal novidade da apresentação foram os Meta Ray-Ban Display, óculos de IA que podem ser utilizados em conjunto com outro dispositivo: uma espécie de pulseira chamada Meta Neural Band, que permitirá controlar os gestos com os óculos. Os óculos são vendidos juntos com a Neural Band, que tem como objetivo “recolher os sinais criados pelos músculos (como movimentos subtis dos dedos) e traduzi-los em comandos para os óculos”, explicou a empresa. Por exemplo, se você quiser responder a uma mensagem, basta fazer um gesto. Se quiser tirar uma fotografia e precisar fazer um zoom para um melhor enquadramento, também é possível apenas com um gesto. Futuramente, a promessa é que a Band consiga perceber gestos de escrita e convertê-los em mensagens.
Estes Ray-Ban Display têm um display a cores e de alta resolução que apresentará informações, uma câmara, microfones e também colunas. Em relação às funcionalidades, eles podem realizar traduções, tanto de informações estáticas como de conversas em tempo real (estão equipados com pequenos microfones). Também será possível ativar legendas em tempo real durante uma conversa com outra pessoa.
Durante a apresentação desses novos óculos, algumas demonstrações ao vivo não funcionaram. “A ironia disto tudo é que passamos anos a desenvolver tecnologia e o Wi-Fi do dia nos prejudica”, disse Zuckerberg, referindo que a ligação ao Wi-Fi foi “culpada” várias vezes ao longo do evento.
Por enquanto, esses óculos estarão disponíveis apenas nos Estados Unidos, a partir de 30 de setembro, por 799 dólares. Em 2026, eles chegarão a mais mercados, mas por enquanto, apenas no Canadá, França, Itália e Reino Unido.
Além desses óculos, foi revelada uma nova geração de óculos Meta Ray-Ban, que vêm com “o dobro da bateria”, capacidade de vídeo em 3K para captar imagens e vídeos, e uma aplicação mais robusta da Meta AI. Também foram apresentados óculos em parceria com a Oakley, os Meta Vanguard, voltados para a prática desportiva.
