A Kidical Mass, um movimento internacional que defende o espaço público para crianças e jovens, volta a marcar presença este sábado, 27 de setembro, nas ruas do Grande Porto. Serão quatro percursos de bicicleta que se reúnem no jardim do Passeio Alegre, na Foz do Douro. Neste ano, em vésperas de eleições autárquicas, a organização espera um aumento na participação para enfatizar a necessidade de ruas mais seguras.
“A ação ocorrerá nas quatro cidades: Gondomar, Gaia, Matosinhos e Porto. Os percursos são distintos, mas todos irão convergir no jardim do Passeio Alegre”, explicou Ana Guerra, uma das organizadoras, destacando a expectativa de um maior número de participantes em 2025 devido ao contexto eleitoral.
As partidas estão agendadas, no Porto, para às 14h15 na Praça da República e às 15h00 na Casa da Música; em Vila Nova de Gaia, às 14h15 na Praceta Salvador Caetano (General Torres); em Gondomar, às 14h30 na Casa Branca de Gramido; e em Matosinhos, às 14h30 na Câmara Municipal.
“Desejamos que, nos próximos mandatos, a cidade se torne mais amigável e segura para as crianças, para que possam pedalar e andar com autonomia”, enfatizou a organizadora em declarações ao Porto Canal.
De acordo com Ana Guerra, a Kidical Mass tem ganhado popularidade entre algumas comunidades escolares, com pais demonstrando interesse em levar os filhos de bicicleta para a escola. No entanto, ela ressalta que “as ruas ainda não são seguras”, tornando essencial “o apoio das Câmaras para implementar um projeto mais abrangente, visando a adesão em toda a cidade, não apenas no Porto, mas também na Área Metropolitana”.
A presidente da MUBi – Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta, Vera Diogo, também confirmou que “cada vez mais famílias estão cientes da situação e se juntando para experimentar ir de bicicleta com os filhos para a escola”, mas observou que “ainda há pouca sensibilidade por parte dos decisores políticos”.
Entre as principais reivindicações, Ana Guerra menciona a necessidade de reduzir a velocidade máxima permitida nas cidades. “Precisamos de um limite de 30 km/h, pois a taxa de mortalidade é significativamente menor nessa velocidade”, afirmou, defendendo ainda mudanças na infra-estrutura urbana: “Precisamos repensar o desenho das ruas para tornar o excesso de velocidade praticamente impossível. Isso pode ser alcançado com mais árvores, ruas mais estreitas, mais espaço para ciclovias e passeios mais amplos”.
A dirigente da MUBi reforçou que esses assuntos estão atualmente na agenda política local: “Nas últimas eleições autárquicas no Porto, foi um tema relevante, e este ano também está em destaque”. No entanto, ela expressou cautela: “Resta saber se haverá implementação efetiva ou não. Ver para crer, pois já houve receptividade em outras ocasiões, mas as melhorias não ocorreram conforme esperado.”
Fotografia: Facebook Kidical Mass
