O presidente da Câmara de Gaia, Luís Filipe Menezes, pretende revogar as normas municipais que sustentam a ciclovia da Avenida da República. A proposta será discutida esta terça-feira pelo Executivo, num momento em que a faixa ciclável já está sendo removida e a associação MUBi contestou o processo na justiça.
Com a remoção da estrutura, uma parte do corredor originalmente designado para bicicletas passou a ser ocupada por automóveis estacionados. A proposta que o JN teve acesso, que será apresentada na reunião, prevê a revogação das regras que regulavam o trecho de ciclovia segregada e estabelece que as áreas libertadas não poderão ser utilizadas para paradas ou estacionamento, exceto para cargas e descargas com duração máxima de cinco minutos em locais específicos da avenida. Essa sinalização será implementada se a medida avançar. Dada a falta de uma maioria absoluta, ainda fica a incerteza sobre o resultado da votação.
Inaugurada em agosto de 2024 pelo então presidente Eduardo Vítor Rodrigues, a ciclovia tornou-se um dos temas mais controversos desde a mudança na liderança em Gaia. Poucos dias após assumir o cargo, Menezes ordenou o início da remoção da via, uma decisão que levou a MUBi a entrar com uma ação cautelar para tentar impedir a operação. A associação alerta para a possibilidade de desperdício de fundos europeus investidos na infraestrutura e defende que a eliminação deve ser reavaliada.
A decisão política de hoje pode determinar o futuro imediato de um dos tópicos mais debatidos na mobilidade do município.
