Sete obras desenvolvidas por docentes, antigos alunos e um ex-docente da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (FAUP) estão entre as 12 nomeações portuguesas para o Prémio da União Europeia para a Arquitetura Contemporânea/Prémio Mies van der Rohe 2026 (EUmies Awards 2026). A lista, divulgada pela Comissão Europeia e pela Fundació Mies van der Rohe, inclui 410 projetos de 40 países.
Entre os nomeados atualmente associados ao corpo docente da FAUP estão “A Nacional”, no Porto, projetada por Cristina Guedes e Francisco Vieira de Campos (Menos é Mais Arquitetos Associados); o edifício de apartamentos na Rua Roberto Ivens, em Matosinhos, do atelier URSA, fundado por Luís Ribeiro da Silva e Margarida Quintã; e a Sede da Corcet, em Penafiel, projetada por Nuno Melo Sousa.
A lista também inclui obras criadas por antigos estudantes da instituição, como a Adega Quinta de Adorigo, em Tabuaço, assinada por Sérgio Rebelo; a reabilitação do espaço público da Avenida Carvalho Araújo, em Vila Real, do atelier Belém Lima Arquitetos; e o Hotel Lince Santa Clara, em Vila do Conde, do Atelier Carvalho Araújo.
O conjunto de nomeações vinculado à FAUP é complementado pela reabilitação dos edifícios do Bairro do Cerco do Porto, realizada pelos gabinetes José Gigante Arquiteto e Virgínio Moutinho Arquitetos, ambos ex-docentes da instituição.
Outras obras portuguesas em destaque
As outras nomeações nacionais incluem o Campo de Futebol Laje, em Oeiras, de Miguel Marcelino; o Edifício 4 do ISCTE-UL, em Lisboa; o Bairro Padre Cruz Market Hall, da REDO arquitectos; o Complexo de Saúde de Carcavelos, de Simão Botelho com o Stúdio J e a Duoma; e o Graça Funicular, do Atelier Bugio.
Uma edição que celebra “o melhor da arquitetura europeia”
A 19.ª edição dos EUmies Awards, parte do programa Europa Criativa da União Europeia, destaca a vitalidade da arquitetura contemporânea no continente. O júri internacional, composto por Smiljan Radić, Carl Bäckstrand, Chris Briffa, Zaiga Gaile, Tina Gregoric, Nikolaus Hirsch e Rosa Rull, irá agora reduzir a lista para 40 projetos, antes de selecionar, em fevereiro, os sete finalistas.
Os vencedores nas categorias de Arquitetura e Arquitetura Emergente serão anunciados em abril de 2026, na cidade de Oulu, Finlândia, que será a Capital Europeia da Cultura nesse ano.
Para Normunds Popens, da Comissão Europeia, “a arquitetura não é apenas uma questão técnica ou estética, é uma questão cultural, ambiental e democrática, que reflete os valores europeus partilhados”. Por sua vez, Laia Bonet, presidente da Fundació Mies van der Rohe, afirma que os prémios “celebram o melhor da arquitetura europeia, um projeto partilhado que traduz a criatividade, a inovação e o compromisso do nosso continente com um futuro sustentável”.
Criados em 1988, os EUmies Awards são uma das distinções mais prestigiadas do setor, no ano em que Portugal venceu pela primeira vez, com Álvaro Siza e o edifício do antigo Banco Borges & Irmão, em Vila do Conde.
