As exportações chinesas de produtos de terras raras atingiram em agosto o maior volume desde o registro em 2012, após meses de tensão provocada pelas restrições impostas por Pequim à venda externa desses minerais estratégicos.
Segundo cálculos da agência de notícias financeiras Bloomberg, com base em dados das alfândegas chinesas, os envios ao exterior ascenderam a cerca de 7,34 toneladas no mês passado, o valor mais elevado da série histórica.
Entre os produtos, contam-se ímãs de alto desempenho usados em bens de consumo e em aviões de combate.
Os números surgem na mesma semana em que Pequim e Washington realizaram em Madrid uma nova rodada de negociações comerciais, antecedendo a aguardada conversa telefônica entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da China, Xi Jinping.
Desde 2 de abril, no quadro da escalada tarifária com os EUA, Pequim passou a exigir licenças de exportação para sete dos 17 minerais do grupo das terras raras — samário, gadolínio, térbio, disprósio, lutécio, escândio e ítrio — e respectivos ímãs, alegando razões de segurança nacional.
A medida levou a uma queda acentuada das exportações, que só recuperaram após o acordo alcançado em junho, durante uma rodada negocial em Londres, no qual a China se comprometeu a agilizar a emissão de licenças.
Apesar da retoma, estes materiais — também essenciais para indústrias como a aeronáutica — permanecem no centro da disputa, devido ao risco de rupturas no fornecimento e à possibilidade de Washington aplicar novas tarifas caso não seja garantido o acesso às suas indústrias.
