A Randstad Portugal apresentou a sua análise mensal sobre o mercado de trabalho, com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) e da Segurança Social, referentes a Julho de 2025.
Conforme as informações da Segurança Social, a remuneração média reportada pelos empregadores foi de 1.927,22 euros em Junho, um valor afetado pela sazonalidade, especialmente devido ao pagamento do subsídio de férias. Mesmo assim, esse resultado reflete um crescimento de +23,4% em comparação a Maio e de +5,8% em relação ao ano anterior.
Lisboa continua a ser a região com os salários médios mais altos (2.287,04€), seguida por Setúbal (2.062,55€). Em contraste, as regiões de Beja (1.618,61€) e Faro (1.584,50€) apresentam diferenças de 668,43€ em relação à capital.
A análise revela que o mercado de trabalho português atingiu um marco histórico: a taxa de desemprego caiu para 5,8%, o menor valor registrado em Julho nos últimos 20 anos. Segundo as estimativas mensais do INE, a quantidade de desempregados estabilizou em 323.100, uma diminuição de 15.700 em relação a Junho (-4,5%).
Além disso, houve um aumento de 17.400 pessoas empregadas, totalizando 5.260.400 trabalhadores. Comparando com o ano anterior, o emprego cresceu em 201.900 pessoas (+4,0%), reforçando a tendência de dinamismo no mercado de trabalho. A população ativa também apresentou leve aumento (+1.800 pessoas), somando 5.583.600 ativos.
Desemprego diminui de forma geral, exceto entre os jovens (16 aos 24 anos)
Em Julho, o desemprego caiu significativamente entre as mulheres (menos 10.900; -6%) e entre os homens (menos 4.800; -3,1%). Por faixa etária, verificou-se uma redução notável no grupo dos adultos (25-74 anos), com menos 16.400 desempregados em comparação a Junho (-6,2%). A exceção ocorreu entre os jovens (16-24 anos), onde houve um leve aumento de 700 desempregados (+1%).
No panorama homólogo, a tendência foi mais favorável: o desemprego diminuiu em todos os grupos populacionais, com reduções entre as mulheres (menos 5.500; -3,1%), os homens (menos 23.300; -13,4%), os adultos (menos 24.500; -8,9%) e também os jovens (menos 4.200; -5,2%).
De acordo com os dados administrativos do IEFP, haviam em Julho 292.825 desempregados registados, correspondendo a 66,9% dos 437.542 pedidos de emprego. A diminuição foi observada em quase todas as regiões, embora de forma modesta.
Em termos setoriais, os Serviços apresentaram a maior redução absoluta de desempregados, seguidos pela Indústria e pela Construção. Este padrão reflete a dinâmica sazonal característica do Verão, com uma maior demanda por mão-de-obra no turismo, restauração, comércio e lazer, que absorvem trabalhadores não qualificados, pessoal administrativo e profissionais de serviços pessoais e de proteção.
Em Julho, o desemprego registrado diminuiu em Lisboa e Vale do Tejo (-637 pessoas; -0,6%), no Algarve (-584) e nas Regiões Autónomas — Açores (-161; -3,9%) e Madeira (-179; -3,2%) — enquanto aumentou ligeiramente no Norte (+483; +0,4%), Centro (+321; +0,8%) e Alentejo (+94; +0,7%).
Comparando com o ano anterior, a queda foi generalizada, com destaque para Lisboa e Vale do Tejo (-7.056; -6,6%), o Norte (-2.084; -1,7%) e a Madeira (-1.306; -19,4%), sendo o Alentejo a única exceção (+93; +0,7%). O Norte continua a concentrar o maior número de desempregados (118.403; 40,4% do total), seguido de Lisboa e Vale do Tejo (99.317; 33,9%).
O IEFP registrou ainda 19.014 ofertas de emprego por preencher em Julho, o que representa uma redução mensal de 1,5% (-292 ofertas), mas um aumento de 2,6% em relação a Julho de 2024.
Análise Randstad Research: setor dos Serviços lidera a criação de emprego em Julho nas colocações realizadas pelos centros de emprego
Em Julho, o desemprego registrado em Portugal foi de 292.825 pessoas, com uma diminuição de 12.314 (-4%) em comparação a 2024, mas praticamente estável em relação a Junho (-663; -0,2%). Esta evolução mensal foi marcada por um aumento no setor dos Serviços (+1.287; +0,8%), especialmente nas áreas da Administração Pública, Educação e Saúde (+909; +5%) e nas atividades imobiliárias, administrativas e de apoio (+617; +1%). Entretanto, outras atividades do setor apresentaram reduções, como o Comércio (-287; -0,9%) e a Hotelaria (-386; -1,5%).
Apesar dessa heterogeneidade, as colocações realizadas pelo IEFP demonstram um dinamismo significativo no mercado de trabalho. Em Julho, foram feitas 7.267 colocações, um número estável em relação a Junho, mas que representa um crescimento de 13,3% em comparação ao ano anterior. O setor dos Serviços foi o principal motor, correspondendo a 78,1% do total (5.495 colocações) e registrando aumentos de 7% em termos mensais e 17,1% em termos homólogos. A análise por grupos profissionais reforça essa tendência: os Trabalhadores não qualificados lideraram em volume (2.611 colocações; +28,5% em relação ao ano anterior), seguidos por Trabalhadores dos serviços pessoais, de proteção e vendedores (1.565 colocações; +29,7% em relação ao ano anterior).
«Julho ficou marcado por uma redução histórica do desemprego, alcançando o menor valor em duas décadas. Além disso, observamos uma forte criação de empregos no setor de Serviços, refletida nas colocações do IEFP. Embora parte dessa evolução se deva à sazonalidade, ela também representa uma robustez estrutural do mercado de trabalho, que é crucial manter no segundo semestre», destaca Isabel Roseiro, diretora de Marketing da Randstad Portugal.