A participação de mulheres nas administrações das empresas cotadas em Portugal mais do que dobrou desde 2017, mas a igualdade de género nos cargos executivos ainda está distante, de acordo com uma análise do Innovators Forum’25 promovido pela Sonae.
Desde que as quotas de género foram implementadas nas empresas cotadas, no início de 2017, a proporção de mulheres administradoras subiu 136%, passando de 15,5% para 36,6%, conforme a mesma análise.
Este aumento posiciona Portugal como o quinto país europeu com a melhor evolução entre os 30 analisados, atrás apenas da Roménia (200%), Grécia (190%), Malta (140%) e Irlanda (139%), ficando bem acima da média da União Europeia de 44%.
Como resultado dessa progressão, Portugal avançou do 20.º para o 15.º lugar no ranking europeu referente ao número de mulheres nos conselhos de administração das empresas cotadas.
Apesar do progresso, Portugal ainda está distante dos países que apresentam maior representação feminina nesses órgãos, como França, Islândia, Itália, Dinamarca e Reino Unido, embora já supere a média europeia de 35,2%.
A análise, realizada pela BA&N Research Unit com base em dados do European Institute for Gender Equality, também revela avanços na presença feminina em funções executivas.
Nas equipas de gestão das empresas cotadas, a participação feminina aumentou 112%, passando de 8,2% para 17,4%, representando a quarta maior evolução na Europa e superando a média da União Europeia, que é de 56%.
No entanto, os dados indicam que Portugal ainda está longe do equilíbrio de género nas posições de tomada de decisões estratégicas. Entre os 30 países analisados, o país apresenta a sétima maior taxa mais baixa de mulheres em funções executivas, aquém da média europeia de 23,7%.
Com 17,4% de mulheres em cargos de administração executiva, Portugal está à frente apenas da Polónia (15,9%), Eslováquia (14,7%), Chéquia (14,1%), Áustria (13,8%), Bulgária (13,8%) e Luxemburgo (10%).
Nos países líderes, como Reino Unido, Islândia, Noruega, França e Suécia, a proporção de mulheres em posições executivas varia entre 30% e 35%.
