O Museu do Porto dedica o mês de novembro à música, com uma programação que atravessa séculos e estilos, transformando alguns dos espaços mais emblemáticos da cidade, como o Museu Romântico, a Casa do Infante e o Reservatório, em palcos vivos onde património, memória e inovação se cruzam.
Entre recitais intimistas, concertos de jovens intérpretes e celebrações de figuras históricas, o mês promete uma verdadeira viagem sonora, em que o passado dialoga com a contemporaneidade e a tradição ganha novas formas de expressão.
Música e património no Museu Romântico
Segundo a Câmara do Porto, o ciclo “Equinócios e Solstícios – Tardes Musicais do Equinócio: Parte 2”, com direção artística de Sofia Lourenço, regressa ao Museu Romântico nos sábados 8, 15 e 22 de novembro, às 16h00.
O programa, que simbolicamente prepara o Solstício de Inverno, propõe três recitais distintos:
- Peter von Wienhardt apresenta obras de Carl Maria von Weber e Austin Gentry;
- Cláudia Pereira Pinto (soprano) e Jaime Mota (piano) interpretam canções de Cláudio Carneyro e Claude Debussy;
- e, a encerrar, Bernardo Soares, Horácio Ferreira, Heloísa Ribeiro e Jed Barahal interpretam o monumental Quarteto para o Fim dos Tempos, de Olivier Messiaen.
Jovens talentos na Casa do Infante
A Casa do Infante recebe, a 9 de novembro, às 18h30, os Solistas da Orquestra XXI, num concerto que reúne quatro jovens músicos portugueses com carreira internacional: Vladimir Tolpygo, Laura Peres, Sofia Silva Sousa e Pedro Silva.
O programa encerra a digressão nacional da Orquestra XXI e celebra a vitalidade da nova geração de intérpretes portugueses.
Ciclo Suggia: o violoncelo como herança viva
Ainda na Casa do Infante, o Ciclo Suggia 2025 decorre nos sábados 15 e 22 de novembro e nos domingos 30 de novembro e 7 de dezembro, sempre às 16h00.
Com direção artística de Vanessa Pires e Filipe Quaresma, o ciclo homenageia Guilhermina Suggia, icónica violoncelista portuense, com quatro concertos interpretados no seu histórico violoncelo Montagnana — hoje parte do acervo do Museu do Porto.
Entre os intérpretes estão Jed Barahal, Irene Lima, Mats Lidström e Bernardo Ferreira, com obras de Bach, Lopes-Graça, Telemann, Ysaye e António Pinho Vargas.
Redescobrir a voz da cidade medieval
No âmbito dos 700 anos da Casa do Infante, o dia 29 de novembro, às 16h00, será assinalado com o concerto-palestra “Manuscritos antigos do Porto: dos monges à canção de corte”, com o grupo Vozes Alfonsinas e apresentação de Manuel Pedro Ferreira.
Pela primeira vez em época moderna, serão ouvidos excertos do mais antigo documento musical conservado no Arquivo Histórico Municipal do Porto, um pergaminho inédito dos séculos XI-XII.
Atravessando o Atlântico em 10 cordas
O mês termina no Reservatório, a 30 de novembro, às 11h30, com o concerto “Atravessando o Atlântico em 10 cordas”, de Manuel de Almeida-Ferrer e Sílvia Escamilla Jiménez. Violino e guitarra encontram-se num diálogo entre a tradição ibérica e as sonoridades da América do Sul, com obras de Falla, Paganini, Piazzolla, Gnattali e García Lorca.
A entrada é livre, mediante lotação do espaço.
